Cerca de 70% do consumo em moda feito em lojas físicas é influenciado pelo conteúdo das redes sociais. A relação é evidenciada por Fernando Pimentel, presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), e ilustra a integração entre indústria e serviços, que acompanha o processo de outros setores e se consolida no varejo têxtil.
O estudo A Quarta Revolução Industrial do Setor Têxtil e de Confecção – a Visão de Futuro para 2030, apoiado pela entidade, aponta que “a oferta de serviços pela manufatura cria novas formas de comunicação bilateral, permitindo um ciclo virtuoso de criação compartilhada em que as capacidades do usuário se ajustam às necessárias para a produção e para o uso dos produtos”. É nesse caminho que estão as empresas finalistas da categoria Varejo Têxtil no ranking Estadão Melhores Serviços.
Bicampeã, a americana Forever 21 propõe o formato fast-fashion com produção em grande escala – capaz de atender a rede no mundo todo. Isso possibilita preços competitivos e abastecimento das lojas com novas peças três vezes por semana. Em 2018 foram inauguradas quatro unidades em regiões diferentes do Brasil, e a marca encerrará o ano com 36 pontos de venda no País. Para facilitar a decisão da compra, há o Guia de Tamanho, medidor online. Já para compartilhar o gosto pela marca, os Gift-cards, cartões de presente, estão disponíveis em qualquer valor, a partir de R$ 50.
No topo também está a centenária camisaria Colombo, que subiu duas posições neste ano e está empatada tecnicamente com a primeira colocada. As mais de 200 lojas da marca aceitam trocas e devoluções de produtos adquiridos no site. Novas linhas têm sido lançadas, como a Premium, com novidades durante todo o ano. O portfólio inclui acessórios como relógio, cinta e gravata, e também há produção de moda feminina. A companhia oferece cartão pré-pago e um cartão de presentes.
Segunda colocada, a Riachuelo não estava no ranking de 2017. Na opinião de Oswaldo Nunes, CEO da Riachuelo, considerar o cliente parte central da elaboração e implantação de soluções é fundamental até para o bom desempenho da gestão. Nunes destaca o Save the Sale, que permite ao cliente acessar um terminal mobile dentro das lojas para efetuar uma compra de um item que não encontrou no ponto de venda. “O produto é entregue na comodidade de sua casa”, explica o CEO sobre a iniciativa. Para conseguir reagir a feedbacks da clientela em uma mesma temporada e coleção, a companhia flexibiliza os processos de criação, desenvolvimento de produto e planejamento de compras e produção.
Em 2018, a C&A, terceira colocada, reinaugurou 60 lojas físicas, agora com botão de chamada e consultor de moda no provador. O novo modelo segue sugestões de mais de 2 mil clientes, que periodicamente são consultados sobre produtos, serviços e mudanças que gostariam de ver na companhia, segundo Paulo Correa, presidente da C&A Brasil. O projeto Mindse7, lançado em novembro último, entrega coleções-cápsula, mais curtas, rápidas e frequentes. A proposta é traduzir comportamentos e desejos que estão acontecendo no mundo. “Com o projeto, radicalmente diferente para nós, mostramos a força da moda que vem das ruas e temos a forte participação de nossos fornecedores, os cocriadores de cada cápsula lançada”, conclui Correa.
