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Plataformas de streaming de música destrincham perfil de uso para promover conteúdo e estimular

Após dois anos seguidos de queda, o mercado fonográfico brasileiro cresceu 17,9% em 2017, superando a média mundial de 8,1%, no mesmo período. A alta é atribuída à maior adesão aos serviços de streaming como Apple Music, Deezer, Tidal, Spotify e YouTube Music, que representaram 38% de todo o mercado global de música gravada, aponta a Federação Internacional da Indústria Fonográfica. No Brasil, esses serviços são buscados por consumidores que compartilham músicas e listas de reprodução em uma ponta e, na outra, por artistas que querem ter acesso a um público diversificado. As plataformas fazem uso de dados para estimular novas demandas e se colocam como facilitadores da promoção e do consumo de conteúdo.


Um catálogo com 50 milhões de músicas disponíveis para os assinantes dá à Apple Music o primeiro lugar no ranking Estadão Melhores Serviços. E não só. Com preço entre R$ 8,50 e R$ 24,90, o serviço é acessível para usuários iOS e Android. No pacote, há informações sobre lançamentos dos artistas mais acessados, letras de música disponíveis no app e acesso a programas exclusivos da rádio Beats 1, da própria Apple.

Vice-campeão, o Spotify aposta no estímulo da criatividade humana para produzir e compartilhar conteúdo e listas de reprodução direcionadas para momentos específicos. A companhia reúne 35 milhões de músicas e está hoje em 65 mercados, 8,3% mais que a capilaridade registrada em 2017. Dos 180 milhões de usuários ativos, 83 milhões são assinantes pagos (Spotify Premium). Mas não por isso há menos serviços gratuitos. Neste ano, usuários não pagantes ganharam o direito a uma “cota” de 750 músicas, divididas em 15 listas de reprodução, que podem ser ouvidas sob demanda. Antes, eles só podiam escolher a primeira música e depois o próprio algoritmo montava uma lista que não podia ser alterada. “A proposta é dar ao cliente mais controle sobre sua experiência para que ele possa encontrar e ouvir o que quiser, de qualquer lugar”, diz Babar Zafar, vice-presidente de Desenvolvimento de Produto do Spotify. Aos artistas é permitido controlar quando e como as faixas aparecem na plataforma, além de ações para promovê-las nas listas de reprodução.

Empatado no segundo lugar está o YouTube Music. “A plataforma traz todos os aprendizados do YouTube nos quesitos ferramentas e buscas. Temos tudo o que a indústria da música pede, e consideramos quem consome, quem produz e quem anuncia”, afirma Cauã Taborda, gerente de Comunicação do YouTube para América Latina. Integrada à estrutura gigante do YouTube, a plataforma oferece vídeos, covers e versões alternativas, ao lado de catálogo das gravadoras. No plano familiar, os assinantes estão dispensados de vincular à conta apenas membros familiares. “É o cliente que escolhe quem vai ser a família”, explica Taborda sobre o plano de R$ 25,50 disponível para até seis pessoas.

O TIM Music, da operadora de telefonia TIM, está disponível em dois formatos. O de download atualiza semanalmente o catálogo de músicas que podem ser armazenadas na memória interna do aparelho, sem possibilidade de compartilhamento. O custo varia de R$ 0,50 por dia a R$ 12,90 por mês. Já o produto TIM Music by Deezer opera o formato de streaming e download, e disponibiliza 40 milhões de músicas. A assinatura já faz parte de alguns pacotes da operadora, e inclui serviços como Flow, que é a sugestão de conteúdo baseado no consumo do assinante.


O crescimento dos serviços de streaming de música amplia o alcance do mercado no mundo e reduz o consumo de pirataria. Na América Latina, a receita do mercado geral de música cresceu 17,7% no último ano.