Pode ser um longa-metragem com produção turca ou um clipe gravado em estúdio que remete à Lapa carioca. O leque de conteúdo cada vez mais abrangente reúne produções direcionadas e com propósitos específicos. E é justamente isso que estimula o crescimento do espaço e do mercado dos chamados vídeos por demanda – ou streaming de vídeo. Segundo Mariza Leão, produtora da Morena Filmes, “os cinemas estão formatados para os blockbusters e não abrigam mais nenhum outro tipo de produção. A TV paga é cara. O que sobra? O streaming”, avaliou, em entrevista em agosto ao jornal O Estado de S. Paulo.
Bicampeã no Estadão Melhores Serviços, a Netflix já ultrapassou a marca de 130 milhões de assinaturas pagas nos mais de 190 países em que atua. Seu catálogo contempla produções próprias e licenciadas, nos formatos séries, documentários e filmes. Além das criações baseadas em diferentes histórias e culturas – no último bimestre foram anunciadas produções turca e polonesa –, a empresa tem expandido seu alcance à medida que aumenta a diversidade de idiomas considerados nas dublagens, legendas e traduções disponíveis. A isso é somada a facilidade de download de algumas produções, propiciando aos assinantes maior liberdade para consumir conteúdo onde e quando quiser, independentemente da qualidade da velocidade da internet que tem disponível, como em um voo longo.
Estreando no ranking e direto no topo empatada com a Netflix está a HBO On Demand. “Nossa produção conta histórias locais por meio de uma visão globalizada. Os diferenciais são a narrativa, a produção do roteiro e o nível de conflito”, avalia Fernando Del Granado, vice-presidente corporativo de Consumer Marketing para América Latina. Em novembro de 2017, a empresa lançou o HBO GO, serviço “à la carte”, que não depende da assinatura de um pacote que inclua o canal HBO. O serviço custa R$ 34,90 e está disponível nos sistemas Android e iOS. Para Del Granado, “a chave está em fornecer flexibilidade e várias maneiras de acessar o conteúdo da HBO, independentemente do ambiente em que o assinante esteja”.
O YouTube, segundo colocado, se consagra como plataforma de integração entre produtor de conteúdo e consumidor e oferece suporte e estímulo criativo a todas as pontas da cadeia. Esse foi o objetivo da Escola de Criadores, que reúne youtubers já destacados na plataforma para fornecer dicas a quem quer criar. “Não produzimos conteúdo. Damos suporte ao produtor e não alteramos o que ele faz”, explica Cauã Taborda, gerente de Comunicação do YouTube para a América Latina. Outro estímulo é o YouTube Space, complexo de criação de conteúdo cuja decoração pode mudar de acordo com o interesse dos criadores. “O YouTube cede espaço para o conteúdo existir”, conclui Taborda.
Em terceiro lugar está o app da Apple TV, que se diferencia ao reunir conteúdos de diferentes serviços de vídeo, permitindo ao usuário acessar programações de provedores distintos em uma mesma plataforma. O serviço está disponível no iPhone, no iPad e no aparelho da Apple TV. “A integração é perfeita. Se você parar na metade de um filme ou série na sua Apple TV, pode continuar assistindo mais tarde em outro aparelho e em outro lugar”, indica o site da Apple.