Com 230 milhões de celulares em uso no Brasil, concorrência entre operadoras está acirrada
São mais de 100 milhões de pessoas e empresas conectadas no País – com 230 milhões de celulares em funcionamento – demandando serviços como banda larga móvel de alta qualidade, cobertura eficiente e efetiva e novas possibilidades de produtos ou serviços. Um público que também exige ótimo relacionamento e atenção a qualquer demanda que tiver.
Ao mesmo tempo que têm de assegurar a qualidade do sinal na atual tecnologia 4G (ou na variante 4.5G, em algumas regiões do País), as operadoras brasileiras se preparam para uma grande jornada de transformação a partir do ano que vem, quando será realizado o leilão para implementação das redes 5G – e, por consequência, deverá ser feita a instalação de toda a infraestrutura necessária ao funcionamento das novas redes.
“Cada vez mais, conectaremos tudo – as pessoas e as coisas – e cobriremos mais cidades”
Marcio Fabbris, vice-presidente de B2C da Vivo
Abre-se o desafio de equacionar as demandas entre os investimentos na compra das frequências e a colocação de redes de fibra ótica, antenas e rádios. Tudo isso em um futuro não muito distante, em que as operadoras planejam deixar de ser apenas provedoras de serviços de telecomunicações. O caminho, ao ser explorado o potencial das redes ultravelozes, é essas empresas se transformarem em verdadeiros "hubs" de serviços, provendo streaming, games, soluções de pagamento (inclusive para a população sem conta em banco), ofertas de seguros e muitas outras soluções.
Com a chegada das redes 5G, milhões de equipamentos e dispositivos de internet das coisas (IoT) farão parte do ecossistema. “Cada vez mais, conectaremos tudo – as pessoas e as coisas – e cobriremos mais cidades”, prevê Marcio Fabbris, vice-presidente de B2C da Vivo, destaque entre as operadoras nesta Estadão Melhores Serviços. “Transformamos os devices em uma tela relevante para o consumo de conteúdo de qualidade, em diferentes formatos. Para tanto, inovamos na oferta de recursos inéditos e criamos parcerias que trazem benefícios para os consumidores.”
De acordo com Fabbris, o modelo de sucesso atual da Vivo passa primeiro pelas ofertas. “Por exemplo, internet extra para usar aplicativos de vídeo ou música, como YouTube, Spotify, Netflix, Vivo Música, Vivo Play, NBA e Tidal, ou os planos que oferecem uso ilimitado dos aplicativos de mobilidade Waze, Cabify e Moovit, sem consumir dados.”
Um segundo aspecto relacionado a essas parcerias é que elas são importantes para reforçar o posicionamento da Vivo como "hub" de conteúdo de qualidade e variedade, de acordo com o executivo. “Nesse caso, as parcerias permitem aos clientes contratar os serviços dos parceiros com benefícios exclusivos, como pagar o serviço direto na conta ou com créditos pré-pagos. Entre os nossos parceiros podemos citar a NBA, NFL, Amazon Prime Video, Tidal e Netflix.”
A Vivo tem um plano de investimento de R$ 26,5 bilhões para o triênio 2018/2020. O valor foi revisto em março do ano passado, quando foram adicionados R$ 2,5 bilhões aos R$ 24 bilhões anunciados anteriormente. Esse acréscimo foi integrado ao montante exclusivo para a expansão da rede de FTTH (fibra) por todo o País, que agora soma R$ 7 bilhões para o período.
A Claro, outra das operadoras em evidência na pesquisa Melhores Serviços, investe em infraestrutura de última geração e com olhar atencioso ao cliente, de acordo com Marcio Carvalho, diretor de Marketing da empresa. “As telecomunicações passam por uma grande transformação, com uma mudança de hábito muito importante por parte dos consumidores. A convergência propiciou que novos produtos e serviços fossem criados para atender às novas demandas do mercado, cada vez mais conectado”, avalia o executivo.
“Vamos continuar investindo para conectar nossos clientes, onde precisarem e desejarem: dentro ou fora de casa ou dentro ou fora da empresa. Seja com fibra, 4.5G, Wi-Fi ou via satélite, nosso negócio é conectar para ofertar o melhor do conteúdo e serviços digitais de última geração, em todas as telas. Nossa meta é estarmos sempre atualizados e chegar à frente neste mercado tão concorrido. Creio que estamos preparados para isso e os resultados mostram que estamos no caminho certo”, aponta o executivo.
A Claro, por exemplo, foi pioneira no lançamento das principais tecnologias móveis, como o 4.5G – tendo, hoje, 74,1% da população brasileira coberta por esse tipo de tecnologia, o que representa a liderança no País. A empresa também inovou com planos ilimitados de voz ao permitir que as pessoas usem o celular no exterior como se estivessem no Brasil, com a chegada do Passaporte Américas. Além disso, a operadora foi a primeira a lançar o eSIM, ou a possibilidade de habilitar serviços móveis sem necessidade de um chip físico. Trata-se de um passo importante para oferta de novos produtos para o mercado de IoT e soluções digitais que evitem os custos logísticos da entrega de um chip.
Quando se fala em 4G, a TIM é a líder no País, desde 2015, com 3.355 municípios cobertos. Neste momento, a operadora vem olhando com atenção outras tecnologias, sem se esquecer da inovação e da atenção para com o cliente, de acordo com Alberto Griselli, chief revenue officer da TIM Brasil.
Um exemplo é a grande ampliação do NB-IoT (Narrow Band IoT), plataforma habilitadora de soluções de Internet das Coisas. “No terceiro trimestre de 2019, nos tornamos a primeira operadora com cobertura nacional de NB-IoT, chegando a mais de três mil cidades. A abrangência dessa nova rede permite a criação de soluções que não estarão limitadas somente aos grandes centros, beneficiando municípios mais afastados. Ou seja, servirá tanto para cidades inteligentes quanto para pavimentar o caminho rumo à Agricultura 4.0 no campo.”
Como caminho importante de transformação digital, o executivo destaca experiências feitas com as novas redes aqui no Brasil. “Nessas ações de preparação para a chegada do 5G ao Brasil, houve a inauguração de três livings labs – em Florianópolis (SC), Campina Grande (PB) e Santa Rita do Sapucaí (MG) – para experimentação da nova tecnologia em rede real”, diz Griselli. “Nessa última cidade, apresentamos diversas demonstrações de educação, segurança, saúde, casa inteligente, indústria 4.0 e entretenimento na Casa TIM 5G, aberta aos participantes do conhecido festival de inovação HackTown. Também trouxemos a nova tecnologia para mais perto do grande público, com espaços de degustação do 5G em nossas lojas. Iniciamos com duas unidades em São Paulo – nos Shoppings Ibirapuera e Morumbi – e vamos expandir para cerca de 10 lojas em diferentes Estados do Brasil.”
Novos planos, como o TIM Black Família, o primeiro do Brasil com assinatura Netflix inclusa, além de ofertas de controle no segmento pré-pago, também fizeram parte do portfólio de soluções de sucesso da operadora em 2019. “O brasileiro, em especial, é um consumidor 'front-runner', aberto ao novo e altamente conectado. O Brasil é o segundo mercado do mundo em consumo de internet em geral e mídias sociais”, afirma Griselli.