Produtos são cercados de tabus, como benefícios que só serão usados após a morte
O mercado de seguros de vida registrou crescimento constante nos últimos anos, mas ele ainda tem um grande potencial inexplorado para ser desbravado. A estimativa é que apenas 15% dos brasileiros possuem seguro de vida, seja ele individual, familiar ou empresarial. A previsão do mercado é de crescimento, impulsionado principalmente pelo aumento da expectativa de vida e pelas discussões sobre a previdência pública. Ambos os eventos aumentam a procura por produtos ligados ao planejamento financeiro pessoal, como os seguros de vida. No entanto, para muitas pessoas, a aquisição desse serviço ainda é rodeada de tabus, especialmente porque muitas vezes os benefícios só serão usufruídos depois da morte do beneficiário ou em casos de doença. Diante disso, as seguradoras estão agregando outros atributos ao seguro de vida com o intuito de dar mais reciprocidade nos serviços.
“Nosso objetivo é prover soluções para todos os tipos de clientes e perfis”
Bernardo Castello, diretor da Bradesco Vida e Previdência
Líder no ranking Estadão Melhores Serviços, a Bradesco Vida e Previdência está investindo de maneira crescente no desenvolvimento de produtos personalizáveis e em benefícios em que o segurado pode usufruir em vida. “Ou seja, aqueles que são capazes de se adequar às necessidades reais dos nossos clientes e, além disso, que sejam dinâmicos em suas adaptações ao longo do percurso, podendo se adequar aos diferentes momentos de vida de cada pessoa. Nossa variedade de produtos nos permite calibrar preços em relação ao custo/benefício de maneira muito eficaz. Nossa carteira de clientes, ampla e saudável, nos possibilita trabalhar ainda com valores bastante competitivos. Nosso objetivo é prover soluções para todos os tipos de clientes e perfis”, diz Bernardo Castello, diretor da Bradesco Vida e Previdência. Segundo ele, a participação do seguro de pessoas no PIB (Produto Interno Bruto) é de apenas 0,5%.
Segundo colocado no levantamento, o Santander, que atua em parceria com a Zurich, busca identificar as características do cliente com o objetivo de customizar seus produtos. “Temos um cuidado grande na qualidade da venda, o que vender, para quem vender e entender o por que o cliente está fazendo aquela compra”, diz Marcelo Malanga, CEO da Zurich Santander. A estratégia surtiu efeito. No ano passado, a empresa viu a carteira de clientes crescer em 4%, mesmo diante do cenário desafiador da economia nacional. “Estamos criando uma série de benefícios aos nossos clientes. Academia, doação de sangue, passos caminhados durante o dia. Tudo isso gera pontos, que podem ser transformados em benefícios. É uma série de vantagens que visam à qualidade de vida”, destaca Malanga.
Novos produtos para o mercado, com apelo de "benefício em vida", como é o caso dos seguros resgatáveis, e os novos pacotes de assistências são as novidades apresentadas pelo Itaú Unibanco. “Os produtos com benefícios resgatáveis têm tido boa aceitação pela população, como pode ser evidenciado pelo crescimento das emissões desse produto. Mas essa não é a única novidade, existem os seguros de vida com assistência de automóvel e residência, além de seguro de vida com assistência médica e odontológica”, afirma Luiz Fernando Butori, diretor do Itaú Unibanco. Para o executivo, os canais digitais também contribuem para esse universo.
“Os produtos são comercializados em nossos canais físicos e digitais, em uma prateleira que engloba desde os mais simples até os mais personalizados. Os produtos podem ser modularizados pelo próprio cliente, com acompanhamento dos consultores de seguros ou por meio do autosserviço, no mobile”, diz o executivo do Itaú Unibanco.