Reportagem

Conexão emocional

Grupos centenários são exemplos de resiliência

Conexão emocional

Por Gilmara Santos

‘O que faz uma marca atravessar gerações é a sua capacidade de se adaptar sem perder a essência. Em um país como o Brasil, onde o comportamento do consumidor muda rapidamente e novas tendências surgem a cada instante, marcas que se mantêm relevantes são aquelas que evoluem junto com as pessoas, entendendo seus novos hábitos, valores e formas de consumir, sem esquecer de onde vieram”, afirma Paloma Cleim, estrategista de marketing digital, social media e fundadora da Agência Paloma Cleim.

Marcelo Boschi, professor de Marketing e coordenador da pós-graduação da ESPM, avalia que as empresas não podem ficar estacionadas. “Nenhuma marca que parou sobreviveu.” Ele reforça que o mundo está em transformação e que a pior coisa para uma marca é se engessar em suas verdades definidas, porque as gerações mudam e estão mudando com uma velocidade incrivelmente maior do que há 40 ou 50 anos.

Canivete de osso

Com atuação global e berço gaúcho, a Tramontina é genuinamente brasileira. Sua trajetória começou em 1911 em Carlos Barbosa (RS). “Em 1930, Valentin [Tramontina] iniciou a fabricação artesanal de canivetes com cabo de osso, feitos à mão. Hoje, são mais de 22 mil itens. Com mais de 10 mil funcionários, o grupo exporta para mais de 120 países”, explica Rosane Fantinelli, diretora de Marketing da Tramontina.

Terra, ar e mar

29 de janeiro de 1886. O registro do Benz Patent Motorwagen, reconhecido mundialmente como o primeiro automóvel a combustão da história, transformou o conceito de mobilidade. “Desde então, o sonho de dois empreendedores, Karl Benz e Gottlieb Daimler, nossos fundadores, tem sido a peça motriz que move nossa marca: um desejo de desafiar o status quo, criar os melhores automóveis e entregar aos clientes uma experiência única”, afirma Ronald Koning, presidente & CEO da Mercedes-Benz Cars & Vans Brasil. A Mercedes-Benz também foi a primeira marca automotiva com o nome em homenagem a uma mulher: Mercedes Jelinek.

Brasil imperial

O Banco do Brasil foi fundado em 1808 pelo então príncipe regente dom João VI, na ocasião da transferência da corte portuguesa para o Brasil. Ao longo dos séculos, a instituição financeira desempenhou um papel crucial na modernização do sistema financeiro brasileiro, adaptando-se às mudanças econômicas e tecnológicas.

“Desde então, o sonho de dois empreendedores, Karl Benz e Gottlieb Daimler, nossos fundadores, tem sido a peça motriz que move nossa marca: um desejo de desafiar o status quo, criar os melhores automóveis e entregar aos clientes uma experiência única”
Ronald Koning, presidente & CEO da Mercedes-Benz Cars & Vans Brasil

Secos e molhados

Há 100 anos, o Itaú começou sua história em uma pequena loja de secos e molhados, em Poços de Caldas (MG). O armazém se chamava Casa Moreira Salles e foi o embrião do que, mais tarde, se tornaria o Unibanco. Duas décadas depois de a Casa Moreira Salles entrar na atividade bancária, foi fundado o Banco Central de Crédito, em São Paulo (SP). Desde então, a instituição passou por muitas transformações até tornar-se o Itaú.

Hélice de avião

Com suas quatro marcas — BMW, MINI, Rolls-Royce e BMW Motorrad —, o BMW Group começou suas atividades mundialmente em 1916, mas só se estabeleceu no Brasil em 1995. A BMW, marca primordial do grupo — cujo nome significa fábrica de motores da Baviera —, surgiu da união das empresas de Gustav Otto e Karl Friedrich Rapp, ambas fabricantes de motores de avião na época. A logomarca da BMW simboliza uma hélice de avião em movimento, nas cores da antiga bandeira da Baviera.

Cruz azul

A história da Hering começa em 1880, quando os irmãos Hermann e Bruno Hering, imigrantes alemães, fundaram em Blumenau (SC) uma pequena tecelagem que viria a se tornar uma das marcas mais tradicionais do Brasil. A empresa começou produzindo tecidos de algodão com tear manual e, pouco a pouco, foi modernizando seus processos industriais. A cruz azul é um símbolo que remete à origem germânica dos fundadores. Em 2021, a companhia foi adquirida pelo Grupo Soma — que se fundiu com a Arezzo em 2024 e também controla marcas como Animale e Farm —, marcando uma nova fase da empresa.

Ponte aérea

Em São Paulo, a Antarctica começou a nascer em 1885, quando resolveram se juntar em um mesmo negócio o brasileiro Joaquim Salles, dono de uma fábrica de gelo, e o alemão Louis Bucher, administrador de uma pequena cervejaria. Os primeiros passos foram no bairro da Água Branca, onde surgiria inclusive o Parque Antarctica, uma área de lazer da própria empresa que depois seria comprada pelo Palmeiras. No Rio de Janeiro, três anos depois, o suíço Joseph Villiger fundou a Manufactura de Cerveja Brahma Villiger & Companhia. A empresa, que funcionaria até 2011 – ano da implosão da fábrica – ao lado do atual Sambódromo, foi rebatizada em 1904. As marcas, hoje, pertencem ao grupo Ambev.

Foto: Getty Images

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