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A influência do TikTok para os negócios

Rede social chinesa afirma alavancar visitas aos sites das marcas que produzem conteúdo na plataforma

A influência do TikTok para os negócios

Por Daniel Lisboa

Em 2020, quando o TikTok anunciou sua versão para negócios em todo o mundo, a empresa fez isso de forma pretensiosa: “Don’t make ads. Make TikToks”: em bom português, “Não faça anúncios, faça TikToks”.

Fato é que, apenas quatro anos depois, a rede social chinesa (que ficou famosa por permitir aos usuários criar e compartilhar vídeos curtos, normalmente com uma ‘dancinha’) se colocou no mercado como uma ferramenta possível de ser utilizada na estratégia de marketing das empresas – e tem entregado resultados relevantes, defende a própria plataforma.

Levantamento do TikTok Marketing Science conduzido com base em estudos de visitas a lojas físicas, feito pela Logan, aponta que o TikTok é capaz de aumentar em até 2,9 vezes as visitas às lojas físicas das marcas anunciantes. Da mesma forma, informações da Uncover (consultoria que faz análises de dados) afirmam que campanhas no TikTok oferecerem um retorno sobre investimento em anúncios 54% maior que o de outras mídias digitais.

“No TikTok, tanto faz o número de seguidores: seu conteúdo será entregue a quem tem interesse por aquele assunto, sejam amigos ou não”, explica Daniela Okuma, diretora-geral de Negócios da empresa no Brasil, dando pistas de como funciona o algoritmo da rede social chinesa, ou seja, os conjuntos de regras que definem para quem os vídeos postados naquele ambiente são distribuídos. Segundo Okuma, a criatividade e a autenticidade do conteúdo são muito valorizadas pelo TikTok, tanto os produzidos pelos usuários comuns da plataforma como também pelas marcas.

Os dados feitos pelo time de Marketing Science da empresa apontaram que 82% dos usuários da plataforma revelaram que já descobriram pequenas e médias empresas em vídeos postados por elas nessa rede social. “O TikTok cria um ecossistema de compra, como um ciclo infinito, em que há descoberta, consideração, compra, análise e participação. É o que chamamos de ‘community commerce’. Costumamos brincar que é um enorme boca a boca digital.”

A própria empresa nomeou as marcas que ela avalia explorar esse ambiente de uma forma interessante: Bradesco, Samsung, C&A, Spoleto, Beto Carrero World, Cimed e SmartFit – a rede de academias obteve 15 mil planos contratados no balcão atrelados aos anúncios vistos na plataforma, ressalta o TikTok. Já a VP da Cimed, Karla Cimed, é um fenômeno de seguidores e engajamento (leia mais sobre o valor dos influenciadores que fazem parte da empresa).

O TikTok cria um ecossistema de compra, como um ciclo infinito, em que há descoberta, consideração, compra, análise e participação. É o que chamamos de ‘community commerce’. Costumamos brincar que é um enorme boca a boca digital.”
Daniela Okuma, diretora-geral de Negócios do Tik Tok

Apesar do entusiasmo, é sempre importante lembrar que não há ‘bala de prata’ no mundo digital, explica João Finamor, consultor de marketing digital e professor da ESPM. Segundo ele, por mais poderosa que seja uma plataforma, sozinha ela não fará a marca atingir todo o seu potencial. “Se você tiver um conteúdo criativo ou algo que o algoritmo entenda como relevante, você pode ter dois seguidores e atingir 500 mil pessoas, um milhão”, diz Finamor, reconhecendo que o algoritmo do TikTok é de fato um grande diferencial. “Mas a gente entende que o TikTok ainda é uma plataforma que, na jornada do cliente, chamamos de ‘topo do funil’, ou seja, serve para dar visibilidade, para mais gente conhecer o produto, para despertar o interesse.”

O professor reforça que a rede social chinesa nada mais é do que uma plataforma de entretenimento. Assim, as marcas sempre precisam avaliar se são capazes de produzir o tipo de conteúdo que é esperado por lá. Para o especialista, um caminho pode ser desenvolver uma estratégia transmídia, ou seja, que envolva várias redes. “O TikTok desperta o interesse e aí você usa outras mídias para complementar”, explica Finamor. “O YouTube, por exemplo, é mais explicativo, mais educativo. Traz uma informação robusta, principalmente quando o produto ou serviço a ser vendido requer uma consciência, uma tomada de decisão.”

Foto: Divulgação

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