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Estadão Blue Studio
  • 1

    MRV

  • 2

    Camargo Correa

  • 3

    Gafisa - Cyrela

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Construtoras

Novos conceitos de morar

Construtoras entendem que clientes querem mais espaços de convivência

O setor de construtoras tem passado por fortes emoções desde o início da pandemia. A crise sanitária chegou num momento em que a taxa de juros básica estava em seus menores patamares históricos, mas também foi um período de queda acentuada da renda da população e de maior desemprego. Para completar, ao mesmo tempo que o espaço das casas foi revalorizado, as restrições de circulação afetaram todo o ecossistema do setor, dos canteiros de obras, passando pelos estandes de vendas, bancos e até cartórios. Estar próximo ao cliente ganhou outros significados.

A MRV, que lidera o ranking nacional e também o de todas as regiões pesquisadas pelo Estadão Marcas Mais, acredita que o próprio conceito de lar foi ressignificado durante a pandemia. “As pessoas passaram a ver a casa como um espaço de lazer, trabalho, estudo, de confraternização e de prática de atividade física. Com isso, novas necessidades foram geradas, como, por exemplo, o aumento da demanda por varandas”, exemplifica Alexia Faleiro Duffles Drummond, diretora de Marketing da MRV&CO.

A construtora aproveitou a transformação na vida dos usuários, que passaram a demandar mais atenção digital, para transportar sua experiência em atendimento para o ambiente digital. “A simplificação se relaciona com a facilidade e fluidez. Por exemplo: o cliente não precisa enviar documentos físicos, faz a assinatura digital e pode acessar novos serviços que tragam comodidade para a vida dele”, explica Alexia. A empresa já recebe perto de um milhão de contatos anuais por seus canais virtuais. O time de corretores está treinado para fazer os atendimentos posteriores.

Isso tem contribuído para ofertas cada vez mais assertivas da construtora. “Trabalhamos para que o produto faça sentido para o momento de vida de cada cliente. Isso inclui a escolha da localização, o estudo da tipologia dos apartamentos, preço competitivo e adequação à capacidade financeira de cada perfil para que seja realmente uma jornada de realização do sonho”, diz a executiva. Ela destaca que um em cada 150 brasileiros mora em um imóvel MRV hoje.

A Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário (CCDI), 2ª no ranking nacional, traz uma natural identificação com sua marca-mãe, conhecida por oito décadas de grandes obras de infraestrutura. Desde 2018, a holding passou a se chamar Mover Participações. No ramo residencial, está voltada para o segmento de alto padrão e completou 25 anos em 2021.

Para o diretor-presidente da CCDI, Gustavo Pellicciari de Andrade, parte dos valores reconhecidos pelo público vem dessa história, como qualidade técnica, compromisso com o cliente, solidez financeira, engenharia e desenho de produtos versáteis. “Construímos o que é certo”, declara.

Andrade viu a pandemia como um período de enormes desafios, mas também de grandes oportunidades. “No setor imobiliário, destaco a reaproximação das pessoas com os seus lares, no sentido literal da palavra. Com isso, veio também a necessidade de melhorias ou até mesmo de um imóvel novo e fatores emocionais também se tornaram importantes na escolha. Ter uma marca forte foi um diferencial neste momento”, acredita.

Também voltada para imóveis de alto padrão, a Cyrela, 3ª no ranking nacional, não vê na tecnologia apenas uma maneira de se comunicar e interagir melhor com seus clientes, mas como uma janela para agregar novas linhas de produtos e serviços. A construtora lançou em 2018 a CashMe, fintech que oferece empréstimos com imóveis em garantia, o chamado home equity. Ela já atua em mais de 40 cidades e atingiu R$ 839 milhões em carteira em junho de 2021. Também investiu na Mude.me, uma plataforma que transforma a tradicional lista de casamento em contribuições em dinheiro para ajudar na entrada do novo imóvel.

A Gafisa, no terceiro posto do ranking da Região Sudeste e em São Paulo, concluiu dois anos de reorganização financeira e voltou a fazer lançamentos no ano passado. Os empreendimentos apostam alto agora na vida saudável e na sustentabilidade. A empresa quer ser vista além de uma construtora e incorporadora e mais como uma plataforma de negócios imobiliários.