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Crescimento do mercado imobiliário impulsiona atividade varejista



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Para os líderes, anos mais difíceis da crise econômica ficaram no passado

Depois de três anos bastante ruins de 2015 a 2017, o varejo de construção voltou a registrar crescimento em 2018. Tímido, em torno de 1%, mas já representou uma retomada para as principais empresas do segmento. Em 2019, tudo indica, o mesmo patamar deve se repetir, mantendo a recuperação consistente para 2020, conforme informação da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat).

“Voltamos a crescer em 2018, depois de um período muito ruim não só para o setor, mas para toda a economia. Agora, trabalhamos para ter um crescimento sustentado neste ano e no próximo”, diz o presidente da entidade, Rodrigo Navarro.

“Voltamos a crescer em 2018, depois de um período muito ruim não só para o setor, mas para toda a economia. Agora, trabalhamos para ter um crescimento sustentado neste ano e no próximo”
Rodrigo Navarro, presidente da ABRAMAT

A Leroy Merlin planeja encerrar este ano com crescimento acima do registrado no mercado, com expansão próxima de dois dígitos. Para 2020, a expectativa é de retomada progressiva da economia, segundo o diretor da Central de Compras e Serviços, Adriano Galoro.

“Com a queda de juros, a tendência é que as pessoas invistam mais em imóvel na planta, que não tem reflexo imediato para o nosso setor, mas que, quando os imóveis forem entregues, terá. O impacto será daqui a um ano ou dois. Além disso, com os juros menores, aumenta também a compra de imóveis usados e terrenos. Nesse caso, o reflexo é imediato, com a construção ou reforma dos imóveis”, explica o executivo. Ao todo, a Leroy tem 41 lojas em 11 Estados e no Distrito Federal e vai fechar 2019 com 42 lojas. Para 2020, a expectativa são mais três lojas. São 10 mil colaboradores em todo o País.

De acordo com o diretor executivo comercial da Sodimac Brasil, Alfonso Barberena, a evolução do setor se intensificou neste ano, principalmente por ampliação de serviços, além de produtos dentro das lojas. “Se antes as lojas comercializavam apenas produtos, hoje oferecemos aos clientes soluções completas para seus projetos de construção, reforma e decoração da casa. É o conceito one stop shop, em que o cliente encontra em uma única loja toda a variedade de produtos (desde materiais para construção até móveis), além de também poder contratar a mão de obra para instalações e pintura”, explica. A Sodimac ainda dá garantia de um ano sobre o serviço e parcela tudo em até 12 vezes sem juros no seu cartão de crédito, lançado neste ano.

A empresa também apostou no digital, acompanhando toda a jornada do consumidor até o processo de compra. “Isso tem ganhado cada vez mais relevância no nosso negócio. Os clientes iniciam as pesquisas na internet e, muitas vezes, concluem a compra online. Em outras ocasiões, vão até uma loja física para comprar e checar informações. Investimos fortemente para atender as expectativas dos consumidores durante essa jornada, oferecendo conteúdos com informações relevantes em múltiplas mídias (sites, redes sociais, revistas) e garantindo vendedores treinados para auxiliar na finalização da compra e a melhor escolha”, diz o executivo da Sodimac.

O grupo trabalha dentro do conceito do omnicanal, com uma plataforma digital integrada à física. Para entregas rápidas até uma hora, neste ano, a Sodimac fez uma parceria inédita com o aplicativo Rappi. Para 2020, a empresa aposta na evolução contínua do setor. Além das lojas no modelo homecenter, a Sodimac Dicico também investirá nas lojas de vizinhança.

Outra grande rede que aposta na continuidade da expansão é a Casa & Construção, que conta hoje com 28 lojas no Estado de São Paulo, 11 no Estado do Rio de Janeiro e uma loja no Espírito Santo, e já estuda a abertura de novas lojas para o ano de 2020.

Além dos investimentos com a abertura de lojas, a empresa também tem um calendário de reformas, melhoria do e-commerce, aprimoramento do atendimento a clientes por meio de novos serviços e processos, segundo o diretor-geral da C&C, Marcelo Roffe. “O objetivo é oferecer maior fluidez, permitindo maior integração entre os diversos canais que a marca disponibiliza aos seus clientes”, diz o executivo. Segundo ele, as perspectivas para o próximo ano são boas, a partir do crescimento previsto para o mercado imobiliário.

Para o presidente da Telhanorte, Juliano Ohta, o mercado ficou muito aquém do esperado nos últimos três anos e em 2019, apesar do primeiro semestre mais fraco, o segundo está se mostrando mais dinâmico. “Ajudado pelas notícias de macroeconomia, com aprovação de reformas e novos lançamentos no setor imobiliário, estamos melhorando os resultados. Mas mesmo na crise nós conseguimos crescer”, diz o executivo.

Segundo Ohta, 2020 deve registrar um aumento nas entregas de novos projetos imobiliários, o que ajuda bastante o movimento no varejo de construção para a fase de acabamentos e decoração. “As pessoas também estão começando a recuperar a confiança, passada a fase mais difícil da crise. E, quando se represa reformas por três ou quatro anos, chega uma hora em que é preciso fazer manutenção”, explica.

Além disso, a Telhanorte apostou neste ano em um novo nicho, o de lojas de vizinhança, nos mesmos moldes dos pequenos mercados de alimentos. A rede Telhanorte deve contabilizar até o fim deste ano quatro lojas pequenas, com 250 a 300 metros quadrados e com até 3 mil itens, em São Paulo. “São pontos de venda menores, mais fáceis de serem acessados por quem não quer entrar em um homecenter. Mas, se precisar de algo que não tem ali, ele poderá contar com uma prateleira virtual da empresa com mais de 40 mil itens”, afirma Ohta, acrescentando que dessa maneira consegue oferecer maior conveniência aos clientes finais e manter o segundo lugar no segmento, que movimenta até R$ 100 bilhões por ano.



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