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Revolução de costumes coloca em xeque a posse do carro



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Explosão do transporte por aplicativo alavanca faturamento das empresas

O avanço do desemprego, que atingiu níveis recordes de 11,8% em todo o País, segundo o IBGE, e a mudança de cultura da população em relação à mobilidade nos grandes centros deram um impulso ao mercado de locação de automóveis. Assim, empresas como Localiza, Movida e Unidas foram fortemente beneficiadas pelo crescimento da demanda.

Nos últimos quatro anos, a Localiza, líder do ranking, tem registrado crescimento da ordem de 30% ao ano. Em função disso, sua frota se aproxima dos 300 mil carros, 35% superior à do terceiro trimestre de 2018, considerado um marco na história da empresa. Segundo o diretor executivo da divisão de Aluguel de Carros, Elvio Lupo, no terceiro trimestre deste ano, a empresa divulgou resultados robustos, com receita líquida subindo 28,8% em relação ao mesmo período de 2018, totalizando R$ 2,67 bilhões. O lucro líquido também acompanhou o crescimento de 28,8% e alcançou R$ 205,9 milhões no trimestre.

“O ano tem sido muito positivo e estamos com crescimento de startup nos últimos quatro anos, mesmo sendo uma empresa com mais de 40 anos. Tudo isso em função dessa mudança estrutural”, diz o executivo.

“O ano tem sido muito positivo e estamos com crescimento de startup nos últimos quatro anos, mesmo sendo uma empresa com mais de 40 anos. Tudo isso em função dessa mudança estrutural”
Elvio Lupo, diretor executivo da divisão de Aluguel de Carros

Segundo ele, a conveniência do aluguel para motoristas de aplicativos, facilidades para pessoas físicas alugar um carro e inovações tecnológicas têm sustentado esse “boom”. São fatores, segundo o executivo, que podem ser constatados pela empresa por meio das boas médias do índice que mede a satisfação do cliente, chamado Net Promoter Score (NPS).

Para o CFO da Movida Aluguel de Carros, Edmar Lopes, o setor de locação de autos passa por um momento importante de transformação em que as pessoas questionam a posse e também a utilização do veículo. “É uma mudança entre o poder aquisitivo, necessidade de uso e até da capacidade de pagamento”, explica o executivo.

Tudo isso levou a Movida a abrir capital em fevereiro de 2017 para impulsionar ainda mais o negócio. E no comparativo entre o terceiro trimestre de 2016 e o de 2019 a companhia praticamente dobrou de tamanho. Em três anos, a frota passou de mais de 57 mil carros para 110.203 e a receita bruta do terceiro trimestre deste ano foi de R$ 1 bilhão ante os R$ 496 milhões registrados em igual período de 2016.

Nos primeiros 9 meses de 2019, a Movida investiu R$ 2,9 bilhões principalmente em renovação de frota, novas tecnologias e abertura de novas lojas. “Não temos mais carros sem ar-condicionado, por exemplo, e desenvolvemos um aplicativo que torna mais fácil alugar um carro, só chegando à loja mais próxima para pegar o veículo”, explica Lopes, acrescentando que a empresa aposta na aceleração desse movimento de crescimento para 2020. “O mercado deve continuar com o mesmo vigor dos últimos anos. E estamos agora focados em ampliar também o uso em temporada de verão por pessoas físicas que queiram viajar.”

Para a Unidas, o cenário não foi diferente. Segundo o presidente da empresa, Luis Fernando Porto, este ano está sendo “fantástico”. “Tanto em crescimento, com expansão até agosto de 45%, quanto em resultado, atingindo um faturamento de R$ 1,3 bilhão só no terceiro trimestre. Assim, devemos fechar o ano em torno de R$ 5 bilhões”, afirma o executivo. Segundo ele, para 2020, ele espera um ano ainda melhor, com retomada da economia nacional e crescimento maior no PIB.

Porto acredita que a mudança na questão da mobilidade deve continuar ditando os caminhos nesse setor, com as pessoas entendendo o automóvel não mais como um bem, mas como algo a ser usado.



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