Realização:

Estadão

Produção:

Blue Studio

Levantamento feito
em parceria com:

Blend
27 de março de 2022

REVOLUÇÃO DO 5G CHEGARÁ EM MESES

Julho é o prazo para a nova tecnologia desembarcar nas capitais do País

Há dez anos, o 4G chegou e mudou a vida das pessoas, mesmo que de forma gradual. Sem ele, os aplicativos de transporte e de comida ou qualquer outro serviço baseado na geolocalização do consumidor muito provavelmente não existiriam. Nos próximos meses, a revolução com a chegada do 5G, a nova geração tecnológica para redes móveis e de banda larga, tem potencial para ser ainda maior.

“Quando falamos em aplicações que envolvem diretamente os consumidores, as maiores expectativas trazidas pelo 5G estão relacionadas ao metaverso”, afirma Paulo César Teixeira, CEO da Claro para Consumo e Pequenas e Médias Empresas. Trata-se da perspectiva de criação de um ambiente virtual de interação entre as pessoas que fará as redes sociais de hoje parecerem tão básicas quanto o Pac-Man comparado aos atuais games.

O período pandêmico ajudou a preparar as pessoas para esse novo cenário, pois acelerou a fusão entre o presencial e o virtual nas mais diversas áreas – do consumo ao trabalho, do entretenimento à medicina. Todas essas áreas, e muitas outras, serão fortemente transformadas pelas possibilidades viabilizadas pelo 5G.

Numa primeira fase, os usuários de smartphones já preparados para o 5G – por enquanto, modelos mais novos e caros – perceberão uma conexão muito mais rápida e estável. Vídeos em alta qualidade serão reproduzidos sem problemas. Mas esse será apenas o início da revolução.

INTERNET DAS COISAS

O diretor de Inovação Tecnológica da TIM, Leonardo Capdeville, lembra que, além das aplicações de uso direto, os consumidores serão impactados pelas novidades que a disseminação do 5G proporcionará às indústrias, tanto nos processos internos quanto nos produtos.


Graças à redução drástica da chamada “latência”, as possibilidades de conectividade entre máquinas serão multiplicadas. Isso viabilizará as aplicações da chamada Internet das Coisas (IoT), conceito que se refere ao uso coordenado de aparelhos. Eletrodomésticos, smartphones, roupas e automóveis poderão se conectar à internet e entre si. “O 5G vai transformar a nossa vida também como consumidores de uma indústria que passará por uma revolução”, projeta o executivo da TIM.

A latência é o tempo entre o envio e o recebimento da resposta na transmissão de dados, que no 3G ficava entre 150 e 250 milissegundos e no 4G caiu para algo entre 50 e 60 milissegundos. No 5G, é de, no máximo, 10 milissegundos. “Isso aumenta a confiabilidade e viabiliza aplicações que dependem de interações em tempo real entre máquinas”, descreve Capdeville. Especialistas no tema afirmam, por exemplo, que uma pessoa no Brasil poderá até conseguir dirigir, do seu sofá e em tempo real, uma Ferrari que estará em algum autódromo italiano.

Paulo Cesar Teixeira, da Claro, dá um outro exemplo de aplicação prática que logo será viabilizada nas indústrias: a manutenção de equipamentos complexos, que muitas vezes depende da presença de profissionais altamente especializados, poderá ser feita a distância, com a aplicação de recursos de realidade virtual e aumentada. “Um técnico em outro país poderá orientar em detalhes um colega no Brasil”, projeta Teixeira.

CRONOGRAMA DE COBERTURA

O 5G surge, também, como uma solução para suportar a demanda exponencial por tráfego de dados. Basta pensar na quantidade de pessoas que nos últimos anos, especialmente durante a pandemia, substituíram os contatos telefônicos pelo uso de aplicativos de comunicação e trocaram as interações pessoais pelas videoconferências.

Realizado em novembro, o primeiro leilão do 5G no Brasil movimentou R$ 47,2 bilhões. O processo foi estruturado como uma concorrência envolvendo quatro faixas de radiofrequência – 700 MHz, 2,3 GHz, 3,5 GHz e 26 GHz –, cada uma delas com finalidades específicas.

As empresas que arremataram lotes – Claro e TIM entre elas – estão empenhadas em cumprir o cronograma estabelecido pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). A primeira etapa é assegurar cobertura 5G em todas as capitais do País até julho. Depois a cobertura vai sendo expandida gradualmente para as cidades menores – todas aquelas com mais de 30 mil habitantes precisarão estar cobertas até 2029, com proporção mínima de uma antena para cada 15 mil habitantes.

Matérias