Duas empresas tradicionais e outra mais jovem destacam-se em segurança patrimonial no Marcas Mais 2020. A Protege, fundada em 1971, e a Souza Lima, em 1990, costumam ser reconhecidas nos profissionais uniformizados nas entradas de edifícios residenciais e de empresas, além de carros-fortes e escolta. Já a segurança que a Verisure vende está em sistemas tecnológicos, na instalação de alarmes monitorados.
Primeira colocada na pesquisa deste ano em São Paulo, a Protege também lidera no conjunto da Região Sudeste. O presidente Marcelo Baptista de Oliveira ressalta dois posicionamentos que consolidam a boa imagem da companhia: o compromisso com os colaboradores e o relacionamento que a empresa tem construído com o público por meio de ações digitais, como a presença em redes sociais e a promoção de lives e podcasts. A adoção de novas tecnologias é apontada como estratégia de fidelização (leia a entrevista nesta página).
Na Souza Lima, o lema interno “gente cuidando de gente” fundamenta treinamento e capacitação “Segurança é muito mais percepção e sensação de segurança do que agressividade e técnica”, afirma Cacá Fernandes, diretor de Marketing & Vendas da companhia. “Acabamos de lançar uma campanha na qual elevamos ainda mais esse tom de humanização, trazendo questões de diversidade e bem-estar.” O uso de modelos virtuais e a digitalização do marketing abrem a possibilidade de “hipersegmentação”. É sobre “definir o discurso ideal para o público ideal”, sublinha o executivo.
A ALMA DO NEGÓCIO
A tecnologia é a essência da sueca Verisure, no Brasil desde 2011. “Nosso negócio é focado em dois pilares: tecnologia avançada nos equipamentos de alarme e ação humana sobre o monitoramento”, diz a diretora de Marketing Marianna Maaze. Os alarmes são ligados a um aplicativo que permite monitorar as câmeras de segurança e fazer fotos remotamente. Os avisos por SMS vão além das ocorrências de invasão já monitoradas e incluem, entre outras notificações, as de queda de energia na rede do local, por exemplo.
À espera do estatuto
O setor de segurança patrimonial está ansioso para que o Congresso Nacional aprove o Estatuto da Segurança Privada, em tramitação desde 2010. Essa regulamentação dará maiores poderes à Polícia Federal para autorizar e fiscalizar a atividade, além de orientar o uso de armas, produtos controlados e tecnologia e, o mais importante, coibir o avanço dos negócios clandestinos. O estatuto pode significar o início da recuperação do segmento, que perde força desde 2014. A última edição do Estudo do Setor da Segurança Privada da Fenavist mostra uma perda de 100 mil trabalhadores entre 2014 e 2018. O faturamento de 2018 das empresas de segurança, vigilância, escolta armada, transporte de valores e cursos de formação atingiu R$ 33,767 bilhões, quase R$ 1 bilhão menos que em 2017.
ENTREVISTA
Marcelo Baptista de Oliveira, presidente do Grupo Protege
CONEXÃO SOCIAL E DIGITAL
QUAIS ATRIBUTOS FUNDAMENTAM O TRABALHO DA PROTEGE?
MB – Uma empresa de prestação de serviços tem nos colaboradores a linha de frente do atendimento. Capacitá-los, treiná-los e inspirá-los reflete a excelência operacional. Nossa Universidade Corporativa já formou mais de 12 mil colaboradores e o programa Proativo é focado em qualidade de vida.
E PARA O PÚBLICO EXTERNO?
MB – Família, comunidade e colaboradores são os principais agentes de nossa atuação em ações de responsabilidade socioambiental e, anualmente, apoiamos instituições que desenvolvem projetos de saúde e educação para a população vulnerável, a exemplo de Locomotiva, Hospital Pequeno Príncipe, Instituto Irmãos Nogueira, Hospital do Amor (Barretos) e Agência do Bem.
A TECNOLOGIA MUDOU A GESTÃO DA MARCA E O RELACIONAMENTO COM O PÚBLICO?
MB – Nos seis primeiros meses deste ano, nossas publicações impactaram 3,3 milhões de contas no Facebook, no Instagram e no LinkedIn. Além dos canais tradicionais, temos investido na produção de conteúdo para lives, podcasts e landing pages. No relacionamento com o cliente, o aplicativo Follow Me permite agendar coleta e controlar valores. Quando o carro-forte está a minutos do ponto comercial, o cliente recebe uma notifi cação no celular e pode se programar e acompanhar a operação.
COMO A CRISE DO CORONAVÍRUS TEM AFETADO AS OPERAÇÕES?
MB – A crise acelerou nosso processo de digitalização. Conseguimos em apenas quatro dias disponibilizar cerca de 600 notebooks para o home office de áreas administrativas. Por sermos uma atividade essencial, também tivemos de nos adaptar rapidamente a todos os procedimentos sanitários.