Se o ano passado não foi o que as construtoras imaginavam como o ideal, 2019 traz a esperança de um fôlego maior para os negócios. Painel desenvolvido pelo Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP) aposta em uma retomada da economia, com crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), mas uma reativação lenta do nível de emprego.
Neste contexto, de acordo com o último levantamento do sindicato, foram vendidas, no acumulado de 12 meses (período de março de 2018 a fevereiro de 2019), 30.587 unidades na cidade de São Paulo —aumento de 20,7% em comparação com o mesmo período de 2018.
Em um setor que aposta no aquecimento ainda maior dos negócios, MRV, Camargo Corrêa e Gafisa foram, pelo terceiro ano consecutivo, as mais lembradas pelo consumidor no Marcas Mais. “O consumidor está mais confiante e a economia conta com algumas alavancas”, afirma Rodrigo Resende, diretor de Marketing da MRV, que mostra números robustos em meio a um cenário econômico de incertezas. No ano passado, a construtora atingiu R$ 50 bilhões no Valor Geral de Vendas (VGV), com 322 mil unidades. “Para 2019, possuímos 26 mil unidades com alvará, distribuídos nas 158 cidades em que atuamos”, diz, ao lembrar que a empresa completa 40 anos neste ano.
Para 2019, a MRV está se preparando para lançar a Luggo, empresa de aluguéis de imóveis que vem suprir uma necessidade de quem ainda não tem a intenção de comprar um imóvel. “Dessa forma, a MRV passa a ser uma plataforma completa de soluções de moradia”, afirma Resende.
A expectativa não é diferente na Camargo Corrêa. “Estamos confiantes de que o País supere seus desafios e possa retomar o crescimento ao longo do ano”, comenta Gustavo Pellicciari de Andrade, presidente da Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário. Sem divulgar números, a empresa afirma que teve “um desempenho levemente superior no ano passado em relação a 2017”.
Para Andrade, há demanda hoje para imóveis de todos os tipos. “O sucesso ocorre justamente pela estratégia de atuação de cada empresa e, hoje, nosso foco está em empreendimentos de alto padrão na cidade de São Paulo”, relata.
Com receita líquida em 2018 de R$ 969,8 milhões, 22% acima da registrada em 2017, a Gafisa também se prepara para um ano de investimentos e inovação. Uma dessas novidades é a Gafisa Serviços. “Além da locação das unidades residenciais e comerciais, entregaremos o apartamento ou as salas comerciais totalmente mobiliados, facilitando a locação para o investidor ou a entrada do cliente final no negócio”, explica Roberto Luz Portella, presidente da Gafisa.
Para Portella, os sinais da economia são positivos. “Os juros e a inflação continuam baixos e vários setores já mostram recuperação, criando um cenário de retorno da confiança, tanto de empresas quanto dos consumidores, que haviam adiado o investimento num imóvel”, comenta.
Segundo o presidente da construtora Gafisa, uma reestruturação da companhia ao longo de 2018 deve gerar uma economia total de cerca de R$110 milhões por ano, tornando-a ainda mais competitiva.