A liberação de saques das contas inativas do FGTS injetou dinheiro no bolso de muitos consumidores em 2017. Com esse recurso extra, boa parte deles parou de adiar a troca do telefone celular e foi às compras. De acordo com a consultoria IDC, essa é uma das explicações para que o mercado, no que se refere aos smartphones, tenha tido no ano passado o segundo melhor desempenho da história – perdeu apenas para 2014, quando viveu o auge.
A retomada, depois de dois anos de queda, é puxada também por uma certa volta do ânimo: as pessoas estão mais dispostas a embarcar em novas experiências e na inovação. E estão de olho nos preços e aprendendo a aproveitar as vantagens de um mercado altamente disputado. Essa é uma atmosfera favorável para a aquisição de modelos mais bacanas e potentes.
Dos 50,8 milhões de aparelhos vendidos em 2017, 47,7 milhões foram smartphones – um crescimento de quase 10% em relação ao ano anterior. Os outros 3,1 milhões (6%) foram celulares simples, que registraram queda de 37% na comparação com 2016, mas devem ter sobrevida enquanto existirem muitas áreas sem cobertura 3G e 4G.
Segundo Leonardo Munin, analista de pesquisa para a IDC, em 2018 o setor não deve sofrer alterações significativas e o Brasil, quarto país do mundo em volume de celulares, manterá posição. “A tendência segue com os modelos de câmera dupla frontal e traseira, tela infinita e de alta resolução na proporção 18:9 e o vidro nos dois lados dos equipamentos”, diz Munin. E acrescenta: o que pode fazer a diferença é a oferta de preço, como em 2017, quando ocorreram cortes agressivos até nos valores de produtos mais caros – para o brasileiro, a questão da marca é forte. Se a diferença de preço for pequena, o consumidor escolhe pela grife.
É nesse cenário que a Samsung é levada ao topo do Marcas Mais. Em seu democrático portfólio há produtos premium a partir de R$ 2 mil, intermediários a partir de R$ 700 e de entrada, por até R$ 600. Aos poucos, inovações mais poderosas são adaptadas dos premium para os intermediários e mais gente tem acesso. Loredana Sarcinella, diretora sênior de marketing da área de dispositivos móveis da Samsung Brasil, diz que o propósito é ampliar o mundo das pessoas. “Colocamos o smartphone como um hub para expandir experiências.” Nesse sentido, Loredana lembra que o primeiro passo foi dado em 2016, quando o Galaxy S7 era entregue junto com os óculos de realidade virtual.
Na Apple, a segunda marca mais desejada, os novos iPhone 8 e iPhone X apresentam avanços de funcionalidade. O X, por exemplo, tem tecnologia de reconhecimento facial e é compatível com o uso de realidade aumentada – que insere elementos virtuais no mundo real por meio de uma tela.
A Motorola aposta no big data para ajudar o consumidor a explorar o potencial dos aparelhos. Faz isso enviando sugestões por e-mail, SMS e push – e, como a rotina das pessoas pode surpreender, o desafio é acompanhar a mudança. Em termos de conectividade, há modelos que aceitam acessórios e com isso, em alguns casos, se transformam. Além de receber bateria extra, os dispositivos podem ser convertidos em projetor, caixa de som e câmera de 360 graus.
São tendência os modelos de câmera dupla, borda infinita e alta resolução