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Artigo

Formação com a mão na massa

24 nov 2023

Por Vanessa Selicani

Mais do que a continuação do ensino, os cursos de MBA passaram a ser utilizados por profissionais de diversas áreas como chance para criar startups, resolver problemas de suas empresas e expandir contatos profissionais.

São casos como o do CEO da Mobway, Artur Andrade, 29 anos. Ele deu início ao MBA em Ciências de Dados da USP poucos meses após lançar a plataforma que ajuda montadoras a conectarem seus veículos a serviços de mobilidade. “Fiz o curso focado em como trabalhar de forma mais eficiente os desafios de integração que tínhamos.” O engenheiro levou o case para o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). “Não funciona exatamente como uma consultoria, mas você ganha ferramentas para resolver questões reais”, conta. 

O MBA permitiu também que Andrade participasse de um projeto para o Rota 2030, programa do governo federal de incentivo às novas tecnologias automotivas, com aporte de R$ 3 milhões. “Além de desenvolver tecnicamente minhas habilidades, consegui evoluir meu negócio e me aproximei de novas oportunidades.” 

Resolução de problemas

Há casos ainda como o de Carlos Abdalad, 56 anos, profissional experiente que já trabalhava na resolução de problemas em consultoria e decidiu levar para o MBA um de seus projetos já resolvidos no setor de seguros. “Queria entender se era possível uma nova abordagem para os números. Com a ajuda dos professores, cheguei a uma metodologia mais simples e 20% mais eficiente, que uso até hoje.

Para o coordenador do MBA em Ciências de Dados da USP, Francisco Louzada, abrir espaço para problemas reais é um ganho também para as empresas e a universidade. “Será que a academia consegue entrar em empresas de forma sistemática e estruturada? O MBA nos permite isso. Conhecemos as dores delas e tentamos oferecer alternativas.” Pesquisa realizada com os estudantes que saíram do curso mostra que 35% deles tiveram aumento salarial após a formação e que 58% das empresas conseguiram novos produtos.

Dono da sua startup

A FIAP é uma das pioneiras em substituir os tradicionais TCCs em criação de startups. A mudança ocorreu há 11 anos e precisou de convencimento junto no Ministério da Educação. “Naquela época, era um tema complexo. Mas conseguimos mostrar que a criação de empresas também exigia o uso dos conhecimentos do curso”, diz o diretor acadêmico dos MBAs da FIAP, Guilherme Pereira. 

O professor explica que os estudantes podem criar a startup a partir de um desejo pessoal, o que acontece em 60% dos casos, ou para resolver problemas na empresa ou setor em que trabalham, escolha de 40%. Os projetos são desenvolvidos dentro da linha escolhida pelo MBA, com opções como Business Agility, Arquitetura de Soluções e Ux Design, mas com a oportunidade de troca de experiência entre as áreas. 

Para Pereira, optar por MBAs que provoquem o empreendedorismo vai ao encontro de características importantes buscadas pelas empresas. “São profissionais que vão desenvolver perfil de liderança. Podem ser pessoas técnicas ou de negócios, mas que querem resolver problemas, muitas vezes com poucos recursos. Não precisam querer empreender, mas ter o espírito protagonista e inovador.” 

Há três anos, a FIAP passou também a acompanhar os projetos após a conclusão do curso, com a incubadora de startups que acelera 47 delas atualmente. Um dos projetos que cruzaram a barreira do ambiente universitário é o Mais Vívida, que oferece tutores para ensinar tecnologias do dia a dia para idosos. 

A CEO e sócia-fundadora da ferramenta Viviane Palladino, 44 anos, conta que escolheu o MBA em Inovação sem acreditar que seria capaz de desenvolver uma startup. Com o projeto bem recebido pelo público e o interesse de investidores como a Bossa Nova Investimentos, uma das maiores da América Latina, ela decidiu se dedicar apenas à Mais Vívida. “Estava insatisfeita no meu antigo trabalho, ligado ao marketing. O MBA ajudou a acelerar a mudança que eu precisava. Consegui unir na startup meu propósito pessoal com o profissional.”

Instituições tradicionais também trazem exercícios práticos aos MBAs. A FGV, por exemplo, conta com simulações e jogos empresariais, seminários com executivos de mercado e interação com alunos de outras turmas. “Esse processo é natural nos cursos. Há muita provocação a todo tempo por nosso corpo docente, para que os alunos contribuam com as suas próprias vivências e sobre as vivências dos demais”, afirma o superintendente da FGV Educação Executiva, Paulo Sérgio Coelho.

Foto em destaque: Startup criada durante MBA em Inovação, Mais Vívida tem dedicação exclusiva da CEO e sócia-fundadora Viviane Palladino (Crédito: Cibele Barreto)

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