Uma avaliação abrangente das instituições financeiras que atuam no Brasil: assim é o Prêmio Finanças Mais, parceriado Estadão e do Broadcast com a agência classificadora de risco Austin Rating. Nesta sexta edição, que teve os vencedores anunciados em 17 de novembro, os rankings foram elaborados com base nos resultados de 2021. “Foi um ano ainda afetado pela pandemia, mas claramente de recuperação em relação a 2020”, observa Alex Agostini, economista-chefe da Austin. O setor de bancos de varejo, por exemplo, cresceu 5% em 2021, depois de registrar uma queda de 3,9% no ano anterior. “O mesmo movimento que ocorreu com o PIB, de forma mais ampla, foi refletido no sistema financeiro brasileiro”, ele compara.

Embora tenha havido um aumento médio de 27% no volume de crédito em relação a 2020, o índice de cobertura de provisões – também conhecido como “provisões para devedores duvidosos” – permaneceu estável, na faixa de 3,9% do total da carteira de créditos. “Isso indica que o sistema financeiro brasileiro, principalmente o setor de bancos, é muito sólido e resiliente diante de crises”, avalia Agostini.

Essa resiliência é herança direta do aprendizado que o País acumulou com as muitas crises já enfrentadas, entre as domésticas e as internacionais – a pandemia foi apenas mais uma na extensa lista, que inclui moratória, sequestro de poupança e hiperinflação. Tudo isso acabou gerando para o sistema financeiro do Brasil uma certa trava, que não se vê em países desenvolvidos.

Outro indicador positivo é que, de 2020 para 2021, a rentabilidade do setor bancário subiu de 13,5% para 14,8%. “Poucos setores tiveram um desempenho tão positivo”, observa Agostini. Ele enfatiza o quanto essa solidez é importante, pois o setor assegura crédito para as atividades que mais geram renda e emprego no País. Já a situação do setor de Previdência e Seguros em 2021 foi um pouco diferente, mas perfeitamente normal e explicável. Nesse setor, o arrefecimento da pandemia teve um efeito contrário: à medida que as pessoas começaram a deixar o isolamento social, aumentou o índice de sinistralidade – que passou de 51% para 63,1%. Isso foi decisivo para que a rentabilidade média das empresas do setor caísse de 17% para 5,5%.