Nos vários segmentos do universo dos seguros, existem linhas mestras que não podem ser abandonadas. Uma delas, que faz parte da estratégia da Bradesco Seguros, segundo Ivan Gontijo, presidente do grupo, é ter um produto adequado para cada cliente. Leia, a seguir, trechos da entrevista com o executivo.

Em termos gerais, dentro da área de seguros, quais as principais tendências para o médio e longo prazo? O que mudou nesse último ano? 

A tendência continuará sendo de expansão do mercado, como ocorreu nos últimos anos, apesar do cenário econômico desafiador que todos conhecemos. A crescente utilização de novas tecnologias ditará o ritmo de evolução da transformação digital que vem impactando o setor, devendo, portanto, continuar como foco do Grupo Bradesco Seguros em 2023. O clientecentrismo, que consiste em ter a perspectiva do segurado em tudo o que desenvolvemos, é a nossa estratégia permanente para que a proteção do seguro alcance mais famílias e empresas de forma adequada. Nessa direção, temos lançado planos de saúde de cobertura nacional, mas com foco regional e redes selecionadas de prestadores que são referência em cada cidade e investido em segmentações de seguros empresariais e residenciais, bem como na diversificação dos portfólios de seguros de automóvel e vida e no aprimoramento da grade de planos de previdência privada. 

No caso da previdência privada, como esse produto está presente na vida do brasileiro? É algo já bastante consolidado? 

O segmento de previdência privada tem um imenso potencial de crescimento. Na Bradesco Vida e Previdência, seguimos com o compromisso de continuar investindo no desenvolvimento de produtos modernos e competitivos que privilegiam a visão de longo prazo. Além de oferecer suporte consultivo aos nossos clientes, para a construção do maior bem-estar possível ao longo de seus ciclos de vida.

 

O setor de Vida cresceu mais após a pandemia? 

No cenário de pandemia, o Seguro de Vida ganhou espaço no dia a dia dos brasileiros, que passaram a refletir mais sobre o nível de proteção de que dispõem e como podem atuar para melhorá-lo. Outro efeito desse período foi a mudança na visão do conceito do produto, que passou a ser percebido como um fator de prevenção, essencial ao cuidado e planejamento financeiro, podendo ser utilizado em vida. Em 2022, até setembro, os prêmios do Seguro de Vida da companhia apresentaram crescimento de 16,7% enquanto a média do mercado ficou em 12,6%, segundo dados da Susep.  

O setor de saúde é sempre bastante competitivo. Quais os desafios que vocês estão enfrentando nesse segmento?

O segmento de seguro-saúde é tradicionalmente pró-cíclico, influenciado pelo movimento da economia, sobretudo pelos indicadores de emprego e renda. Entretanto, a pandemia reforçou esse produto à condição de prioritário para a sociedade. As famílias querem estar protegidas, e isso também se reflete na demanda das empresas, que querem garantir a tranquilidade de seus colaboradores com a oferta desse benefício. Prova disso é que o número de brasileiros que possuem plano de saúde vem crescendo de forma consistente nos últimos dois anos e meio, e acaba de superar a marca de 50 milhões de beneficiários, de acordo com os dados de setembro da ANS. Na Bradesco Saúde, temos tido uma experiência bastante positiva com a diversificação de nosso portfólio, com destaque para o desenvolvimento de planos com olhar regional e cada vez mais flexíveis para pequenas e médias empresas.

Os consumidores estão cada vez mais digitais, exigentes e em constante transformação. Quais estratégias o mercado segurador deve adotar para garantir a lealdade dos clientes mesmo com a transformação digital?  

A estratégia de atuação do Grupo Bradesco Seguros é baseada na melhoria contínua do relacionamento com o corretor e na centralidade do cliente. Nossos esforços são focados em proporcionar uma experiência cada vez melhor ao longo das jornadas, por meio da disponibilização de canais de atendimento que possam realizar o atendimento conforme o cliente e o corretor desejarem. Entendemos que o físico e o digital são complementares – o “phygital” – e que o virtual pode, em muitos casos, auxiliar no atendimento humano, tão fundamental para as nossas relações. Nesse sentido, podemos fazer uso da transformação digital para desburocratizar processos, mas jamais sem renunciar à parte humana, essencial no nosso mercado segurador.