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Reportagem

Novas profissões exigem inovação na formação

Apresentação de conteúdos em sala de aula vem sendo repensada para engajar geração digital

Novas profissões exigem inovação na formação

Por Heloísa Noronha

Especialistas em inteligência artificial e machine learning, analistas de segurança da informação e engenheiros robóticos são algumas das “profissões do futuro” apontadas pela edição mais recente do relatório anual The Future of Jobs, divulgada em maio pelo Fórum Econômico Mundial. 

Em conjunto com os novos modelos de trabalho colocados em prática a partir da pandemia de covid-19, as chamadas carreiras emergentes formam um cenário no qual o que conhecemos hoje por emprego será cada vez mais mutável, flexível e dinâmico. Trata-se de um contexto que, obviamente, vem sendo acompanhado bem de perto pelas instituições de ensino. Afinal de contas, até mesmo as profissões que ainda nem sequer existem (atenção ao “ainda”) necessitam de investimento na formação de base desde agora.

O Colégio Objetivo, por exemplo, busca orientar seus alunos para o mercado de trabalho com a disciplina Projeto de Vida no Ensino Médio. “São três áreas de conhecimento, divididas em Biológicas, Exatas e Humanas, com orientação teórica e prática para as carreiras novas e convencionais”, conta a coordenadora pedagógica Vera Lúcia da Costa Antunes.

Começando cedo

Outra iniciativa do Objetivo que merece destaque é o letramento em cultura digital, que se inicia desde a educação infantil, por meio de brincadeiras desafiadoras e criativas. “A tecnologia pode ser uma aliada da educação ao potencializar o dinamismo das aulas”, acredita Vera Lúcia. 

Para Marcelo Xavier, diretor de Ensino da Inspira Rede de Educadores, mais do que alertar sobre os riscos do uso excessivo de telas, há um consenso de que a escola hoje deve tirar o máximo proveito dos recursos tecnológicos em vez de se restringir à vilanização de celulares, tablets e iPads. “O celular é péssimo numa sala de aula quando distrai a atenção, mas pode ser um instrumento de aprendizado se o professor conduzir os alunos em uma visita virtual ao Museu do Louvre em vez de simplesmente comentar as obras.”

Investimento na qualificação

Para Gilberto Lacerda Santos, professor da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB), não existe inovação pedagógica alinhada às novas demandas do mercado de trabalho que se sustente sem investimento no professor. “É necessário formar professores capazes de dialogar com as tecnologias e de avançar em interações pedagógicas interessantes e atuais com a geração nativa digital.” 

Já Flávia Vivaldi, doutora em Educação, destaca que não é possível inovar se o aspecto mais “humanizado” da educação é deixado de lado. “A formação dos profissionais, em geral, é uma formação voltada para o individualismo e a competitividade. O trabalho colaborativo e cooperativo precisa ser resgatado nas dinâmicas em sala de aula.”

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