A pandemia do novo coronavírus estabeleceu alguns comportamentos que devem permanecer. Por causa do longo período praticamente restrito à casa, os brasileiros encontraram novos padrões de higiene, adaptaram-se às soluções digitais e, também, estão mais sensíveis às questões humanitárias. Ao menos é o que aponta a pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva.
Segundo o levantamento, 59% dos entrevistados acreditam que seremos mais solidários e 99% pretendem continuar cuidando das pessoas que gostam mesmo após a pandemia. “Os dados revelam a construção do novo normal”, diz Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva. “Experimentamos um grande freio de arrumação civilizatório. Vem coisa boa por aí”.
Quem comprova o resultado da pesquisa é a plataforma Vakinha. De acordo com a empresa, o crescimento do número de campanhas publicadas com viés solidário no site após a pandemia foi de 30 a 40%. “Esse aumento se refere a média de campanhas abertas pré e pós pandemia, saltando de uma média diária de campanhas abertas até 15 de março de 1.200 para 1.600 até meados de abril”, explica Luiz Felipe Gheller, CEO do Vakinha.
Aumento expressivo
Atualmente, o site tem mais de duas mil novas campanhas abertas diariamente. Neste mesmo período de início da pandemia, para o terceiro setor, o aumento de saques realizados na plataforma foi de 3,5 vezes em quantidade, enquanto o valor repassado a campanhas durante o período foi 9 vezes maior para este segmento.
Se for contabilizado o primeiro semestre de 2020, o site registrou 325 mil vaquinhas, contra 190 mil no primeiro semestre de 2019. “O aumento se deve principalmente à abertura de campanhas por conta da pandemia, que desestabilizou empregos, famílias, grupos sociais, grupos culturais, entre outros”.