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Artigo

Ambiente corporativo saudável é essencial para uma gestão sustentável e eficiente

Por Armando Dal Colletto

22 nov 2024

A saúde mental dos profissionais de administração tem se tornado uma preocupação crescente nos últimos anos, acompanhando a intensificação das demandas do ambiente corporativo e o aumento da competitividade no mercado de trabalho. Além de fatores como prazos apertados, volume de trabalho, cobranças intensas e a necessidade de tomada de decisões rápidas e complexas que também impactam diretamente. Por outro lado, felizmente, falar de saúde mental deixou de ser um tabu para ser uma variável essencial para o bom desempenho desses profissionais, especialmente em cargos de liderança, em que a pressão por resultados é constante.

Antigamente, a cultura corporativa tendia a valorizar o excesso de trabalho como um sinal de comprometimento, negligenciando os impactos emocionais nos colaboradores. Hoje, no entanto, reconhece-se que o equilíbrio entre vida pessoal e profissional é fundamental para um desempenho sustentável. Pesquisas indicam que funcionários com boa saúde mental são mais produtivos, têm mais capacidade de resolver problemas e de inovar, além de serem mais engajados com a missão da empresa.

A saúde mental fragilizada pode levar a sintomas de estresse, ansiedade e até de depressão, prejudicando a concentração e a capacidade de realizar tarefas. O esgotamento, conhecido como burnout, é cada vez mais comum no Brasil, afetando diretamente o desempenho e a própria permanência no trabalho.

Assim, colaboradores que se sentem pressionados e desamparados pela empresa costumam apresentar queda na qualidade do trabalho e no relacionamento interpessoal, o que impacta o ambiente organizacional e os resultados gerais. Muitos chegam a se afastar temporariamente por determinação médica e outros se desligam voluntariamente por não verem sentido no trabalho (quiet quitting).

Para enfrentar esse desafio, as empresas devem adotar práticas que promovam um ambiente de trabalho saudável. Em primeiro lugar, é essencial que as companhias ofereçam suporte psicológico, seja por meio de programas internos ou por meio de parcerias. A flexibilidade no horário e a possibilidade de trabalho remoto também são benéficas para ajudar os colaboradores a equilibrar suas responsabilidades.

Além disso, promover uma cultura organizacional de apoio e respeito, com uma comunicação clara e aberta, permite que os profissionais se sintam seguros para falar sobre suas dificuldades e buscar ajuda quando necessário. Programas de treinamento para gerentes e líderes sobre a importância da saúde mental e de práticas de liderança empática podem ser fundamentais para criar um ambiente menos estressante.

Em síntese, investir em saúde emocional é uma estratégia inteligente que beneficia tanto o funcionário quanto a empresa. Um ambiente de trabalho que valoriza o bem-estar psicológico de seus colaboradores é mais propenso a ter profissionais engajados, produtivos e com maior capacidade de enfrentar os desafios e transformações do mercado moderno.

Armando Dal Colletto, presidente da Anamba, presidente do Instituto Prospectiva e coordenador do Guia MBA Estadão

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