As habilidades comportamentais vêm sendo pauta de pesquisas nos EUA há mais de um século. Portanto, não se trata de um modismo tão menos corre o risco de cair no esquecimento! Já em 1918 a Harvard University, o Carnegie Foundation e a Stanford Research Center comprovaram que 85% do sucesso no trabalho vêm de habilidades sociais e pessoais e apenas 15% vêm de habilidades e conhecimentos técnicos. O assunto é tão relevante no país que foi criada uma Associação Nacional de Soft Skills, a Nassa, cuja missão consiste na investigação e divulgação de boas práticas na avaliação e ensino de Soft skills. 

Contemporaneamente, a última edição do Word Economic Forum, Future of Jobs Survey, realizado em Genebra, Suíça, em maio de 2023, apresenta uma lista com 26 das principais competências essenciais necessárias para o mundo do trabalho entre os anos de 2023 a 2027. Dentre as competências cognitivas destacam-se os pensamentos analítico, criativo e sistêmico; dentre as competências socioemocionais estão listadas a resiliência e agilidade; motivação e autoconsciência; liderança e influência social, a empatia e a escuta ativa. E, como não podia faltar, também há destaque para as competências tecnológicas, especificamente a inteligência artificial e big data. 

Para enfrentar esse cenário de transformação empresarial e no emprego, as escolas de negócio brasileiras, certificadas pela Anamba, têm estruturado e atualizado nos currículos dos MBAs todas as competências cognitivas, socioemocionais e tecnológicas, necessárias para preparar os melhores, mais qualificados e destacados executivos brasileiros.

Para exemplificar a afirmação, os programas de MBAs, desenvolvem competências socioemocionais, com a prática de networking, sessões de coaching e mentoring; possibilitam as imersões internacionais que, por sua vez, aprimoram o pensamento sistêmico, ativam a criatividade, a resiliência e a flexibilidade nos alunos. E desenvolvem ainda as competências tecnológicas contemplando nas disciplinas a utilização de inteligência artificial, análises estatísticas de dados, tomada de decisão com base em dados e Data Science para negócios. 

Portanto, os programas de MBA estão ainda mais relevantes e são muito adequados para responder às necessidades de transformação das empresas por meio da preparação dos executivos em todo o espectro de competências, conhecimentos, capacidades e atitudes, à medida que eles se adaptam à automação e à inteligência artificial.

Alessandra Maciel, Ph.D., presidente da Associação Nacional de MBA, empresária e consultora / Foto: acervo pessoal