Realização:

Estadão

Criação:

Blue Studio

Parceria:

Smart certificate

Patrocínio:

Realização:

Estadão

Criação:

Blue Studio

Parceria:

Smart certificate

Patrocínio:

Dólar e intercâmbio: está na hora de planejar viagem para estudo? Veja como aproveitar o câmbio

4 set 2023

Procura por intercâmbio de idiomas cresceu no primeiro trimestre de 2023, estimam agências; saiba como contratar programas com segurança e economia

 

Por Guilherme Santiago

Fazer intercâmbio está nos planos de muitos brasileiros, mas nem sempre cabe no bolso. A recente tendência de queda na cotação do dólar reforçou o sonho de quem pensa em estudar fora. O câmbio atrativo pode aliviar gastos com matrícula, acomodação e visto – e vale até para países que não usam a moeda americana.

Só no 1º trimestre de 2023, a procura por cursos de idiomas no exterior cresceu 60% ante o mesmo período do ano passado, segundo a agência STB (Student Travel Bureau), com destaque para a opção pela Austrália, que sofre com a falta de mão de obra qualificada e tem mais opções para aquisição da cidadania. Brasileiros de 25 a 35 anos são os mais interessados em aprimorar idiomas.

Para Jaime Payne, diretor executivo da Birds Intercâmbio, é projetado em um “cenário mais favorável para o câmbio”. Segundo ele, o que traz segurança para intercambistas é saber que, mesmo alguns meses após a contratação do programa, a experiência caberá no orçamento.

É comum agências oferecerem uma espécie de congelamento da cotação do dólar. “Garante um valor fixo no câmbio do momento do fechamento do contrato”, diz Rui Pimenta, diretor de vendas do STB.

‘Pesquisei por escolas e aguardei o cenário melhorar’

Entre abril e julho, o dólar recuou 3,8%, de R$5,05 para R$4,86, no fim da semana passada. Foi a curva decrescente que fez o contador Thiago Santos, de 35 anos, mudar os planos. A ideia era ir para Londres, mas o câmbio favorável deslocou a rota para a Austrália, na cidade de Perth, onde vai estudar por 6 meses. “Eu já estava pagando o curso de Londres, mas a libra é uma moeda muito cara”, conta.

Ele também teve cautela na hora de fechar o contrato com a agência. “Quando decidi mudar para a Austrália, não fechei logo de cara. Pesquisei por escolas e aguardei o cenário melhorar. Só entrei em contato novamente com a agência quando o dólar teve queda, em maio. Esperei o momento certo.”

A mudança de cidade e o acompanhamento das variações do dólar trouxeram economia para o intercâmbio de Santos. Ele revela que tudo ficou mais em conta: o curso de idioma, o seguro saúde (obrigatório para imigração) e as taxas administrativas da agência e para emissão do visto.

Mas se o destino de preferência usar moeda diferente do dólar não é preciso riscá-lo da lista. “Fazendo cotações de intercâmbio em diferentes locais do mundo, identificamos que há redução geral nos preços, mesmo para países que usam a libra (Reino Unido) ou o euro (como França, Espanha, Portugal e Irlanda)”, diz Alexandre Argenta, presidente da Belta, a Associação Brasileira de Agências de Intercâmbio. “Esse sobe e desce das moedas segue a mesma linha do dólar americano.”

Como aproveitar o dólar em queda?

A consultora de intercâmbio Roberta Romero explica que a redução do valor do dólar é a chance para incrementar os programas de intercâmbio antes mesmo de assinar o contrato. Para os que tinham planos de intercâmbio de curta duração, por apenas um mês, essa pode ser a chance de aproveitar os preços mais atrativos e estender a viagem.

Se a ideia era viajar para uma cidade com custo de vida menor para caber no orçamento, pode ser interessante investir naquela cidade ou país dos sonhos, mesmo com custo de vida mais alto. Roberta vê ainda como um bom momento para quem quer investir em programas mais caros, como os de graduação, pós ou mestrado no exterior.

Essa também é uma boa hora para trocar moeda. É o que Jhosselyn Nascimento, de 26 anos, está fazendo. Ela viaja em algumas semanas para o programa de Au Pair (em que intercambistas cuidam dos filhos de uma família anfitriã em troca de acomodação, refeições e remuneração) em Long Island, próxima a Nova Iorque (EUA).

Por ser uma região de custo de vida bem alto, comprar dólar em melhor preço faz diferença. “Dei uma segurada e esperei baixar o dólar. Como agora baixou, estou aproveitando para trocar todo o dinheiro que juntei para a viagem”, diz a professora de Inglês, que viaja para o exterior pela 1ª vez. “Comecei o processo no fim do ano passado, mas esperei até agora para trocar por um valor mais baixo.”

De acordo com Payne, da Birds Intercâmbio, essa é uma boa estratégia. Mas, para quem tiver mais tempo para se planejar, o ideal é fazer compras parceladas de moeda. “Se vai viajar no próximo ano, já pode adquirir um cartão de moeda estrangeira e todo mês comprar uma parte”, diz.

“Você não vai fazer a melhor operação de câmbio do mundo, nem a pior: vai fazer um câmbio médio. É uma forma de reduzir o risco”, afirma ele.

Segundo a STB, a procura por programas de graduação e pós nas áreas de ESG e tecnologia teve altas entre 35% e 80% no ano passado, na comparação com a pré-pandemia. Entre os que procuram fazer o high school (ensino médio) fora do País, Estados Unidos, Canadá, Inglaterra e Austrália estiveram entre os principais destinos.


Está planejando um intercâmbio? Veja dicas:

● Pesquise como escolher uma agência de intercâmbio
Há tantas opções de agências no mercado que pode ser difícil saber em qual confiar. Uma saída é optar por empresas com credenciamentos, como o Selo Belta. Além disso, o site Reclame Aqui ajuda a identificar reclamações e a resposta das empresas. Também são válidas indicações de amigos e conhecidos que já fizeram intercâmbio e podem relatar sobre a experiência.

● Planeje-se com antecedência
A antecedência no planejamento é essencial, em especial diante da demanda reprimida na pandemia. “Muitas pessoas gostariam de ter viajado, mas, como as fronteiras estavam fechadas, só estão conseguindo agora”, diz Pimenta, da agência STB.

“E estamos tendo uma questão de limitação de vagas com relação às escolas. Por isso, quanto mais cedo começar a planejar seu intercâmbio, mais fácil será para garantir vaga na escola, acomodação e melhores preços de passagens aéreas”, afirma.

● Veja quanto custa um intercâmbio
Gastos com intercâmbio variam. É preciso considerar o custo de vida na cidade escolhida, o tipo de intercâmbio, a escola, o número de aulas semanais, a duração do programa, o tipo de hospedagem (casa de família ou moradia estudantil) e as taxas administrativas.

O preço de um mês de curso de idioma tradicional varia de R$ 3 mil e R$4,7 mil, segundo a STB. O valor pode aumentar conforme a escola escolhida e a carga horária. A STB recomenda, por exemplo, separar cerca de 20% do orçamento para os gastos com a escola.

● Considere outros gastos
Além do valor pago para as agências (que em geral incluem acomodação, matrícula nas escolas, alimentação e taxas administrativas), será necessário contemplar gastos com passagens aéreas, documentação, chip de internet, passeios, transporte e seguro de saúde.

Residencial estudantil com pensão completa é mais caro do que uma casa de família com uma refeição e banheiro compartilhado. Os valores costumam variar de R$3,5 mil a R$8,5 mil, segundo a STB. Reserve cerca de 25% do orçamento para acomodação, recomenda a agência. Sites como o custodevida.com.br ajudam a estimar despesas em várias cidades.

Para evitar surpresas, especialistas recomendam sempre viajar com um cartão de crédito internacional. Não é a opção mais vantajosa (cobra taxa por cada transação), mas ajuda diante de imprevistos.

● Fique atento à documentação
O visto de intercambista para países como Canadá e Estados Unidos e os valores podem variar entre R$670 a R$900, a depender do país. Além disso, o seguro-saúde também é obrigatório. Verifique se seu plano de saúde no Brasil não oferece cobertura internacional. Se você não tiver passaporte, deverá pagar cerca de R$257.

● Não se esqueça da passagem
Evite períodos de alta temporada ou comprar com pouca antecedência. No site Google Flights você consegue fazer orçamento de acordo com a data da sua viagem.

● Atenção para o modelo de parcelamento
Há empresas que fecham contratos parcelados na moeda brasileira, com base no câmbio do momento da contratação. O valor de cada parcela fica “congelado” e não sofre com mudanças no valor do dólar.

Foto: Werther Santana / Estadão

leia também