Por Luccas Balacci

Decidida a avançar na carreira de Engenharia de Manufatura e Processos, a analista de logística Isabella Sismotto do Vale, de 27 anos, começou um MBA em Engenharia de Produção na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP). Ela escolheu o curso após aconselhamento de um mentor de carreira. “Quero ter mais oportunidades de crescimento dentro da minha empresa, em cargos de liderança, e o currículo do MBA é bem alinhado com o que eu pretendo seguir.”

O formato de estudo de Isabella é remoto, com aulas virtuais. O ensino a distância, que se fez obrigatório no período de isolamento social, não perdeu força após o fim da pandemia de covid-19. Segundo o diretor de Pós-Graduação da Cruzeiro do Sul Educacional, Eduardo Senise, o número de matrículas para cursos digitais do grupo de educação aumentou 20% neste ano, na comparação com 2022. E a tendência é de que continue crescendo. “Cada vez mais profissionais entendem que a informação não é como um copo que se enche. É preciso se atualizar sempre para se manter competitivo no mercado e o ensino a distância traz uma maior praticidade ao aluno.”

A principal vantagem do MBA online é o ganho de tempo. “Para estudantes de grandes centros, por exemplo, ficou muito mais conveniente assistir a uma aula por videoconferência do que atravessar a cidade”, conta o coordenador da Universidade Corporativa do Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo (Semesp), Marcio Sanches.

“Para estudantes de grandes centros, por exemplo, ficou muito mais conveniente assistir a uma aula por videoconferência do que atravessar a cidade”
Marcio Sanches, coordenador do SEMESP

As aulas de cursos online podem ser gravadas ou ao vivo, por videoconferência.
É durante os encontros virtuais, inclusive, que se abre a oportunidade para o networking – tão importante em cursos de MBA. “Existe um momento nas aulas em que eles estimulam que as pessoas conversem entre si. Isso agrega”, diz Isabella.

Agregando valor
Estudar a distância, porém, com tantas possíveis distrações, pode não ser para todo mundo. O formato presencial segue uma preferência para profissionais como o gerente executivo de suprimentos Daniel Castro, 44 anos, que fez um MBA em Marketing na Fundação Instituto de Administração (FIA) em 2009 e mantém contatos até hoje. “Temos um grupo que troca informações e currículos. O contato que tivemos no presencial foi um dos pontos mais importantes durante o curso.”

Outro modelo que vem ganhando adeptos é o híbrido, que mescla o presencial e o virtual. Aulas expositivas ficam restritas ao ambiente online e encontros para networking, discussões e atividades interativas permanecem nas salas de aula. Isso, segundo Senise, permite que o melhor dos dois mundos seja aproveitado. “O grande desafio das instituições de ensino é fazer com que a presencialidade seja de fato um momento de relevância. É preciso encontrar saídas que gerem valor, que estimulem contatos para ajudar na formação do profissional.”

Em diferentes formatos, o analista de qualidade de software Bruno Leite, de 27 anos, fez um MBA em Engenharia de Software pela Faculdade de Informática e Administração Paulista (Fiap) e está sempre se atualizando. “Eu prefiro o MBA presencial para tirar dúvidas com outras pessoas e criar intimidade, mas também gosto de cursos a distância, em que posso pausar, voltar e assistir quantas vezes for preciso. Gosto dessa liberdade de escolha.”

Crédito da foto: Adobe Stock