USP deixa o 1º lugar entre universidades latinas
Instituição paulista já ocupava a liderança há anos
Adaptação à inteligência artificial impulsiona integração de jovens e veteranos no mercado de trabalho
Por Estadão Blue Studio
“Você não vai perder o seu emprego para a inteligência artificial, mas pode perder para alguém que entenda de inteligência artificial.” A frase da professora Solange Rezende, uma das pesquisadoras pioneiras do tema no Brasil e coordenadora do MBA em inteligência artificial (IA) da Universidade de São Paulo (USP), sintetiza bem as duas faces da IA quando se trata do futuro da carreira: oportunidade para uns, ameaça para outros.
A professora ressalta que dominar as ferramentas de IA por si só, não significa muito. O verdadeiro “pulo do gato” ocorre quando esses conhecimentos se somam a uma formação sólida.
Com o avanço da IA generativa, tarefas mais complexas passaram a ser executadas com sucesso, o que coloca em risco a forma tradicional de atuar em muitas profissões. “É importante ter em mente que não se trata de eliminar empregos, mas de desenvolver novas formas de trabalhar. As previsões indicam que a IA resultará em mais postos criados do que extintos”, lembra a professora.
Consolidando seu protagonismo no mercado de trabalho, a IA apareceu no topo do ranking das Habilidades em Alta para 2025 no Brasil, recém-divulgado pelo LinkedIn, rede social profissional com 85 milhões de usuários no País. Trata-se da identificação das competências que mais crescem em procura pelas empresas, com base nas descrições das vagas anunciadas. (Leia mais sobre IA e mercado de trabalho na pág. 4)
União de gerações
Não dá mais para ignorar o tema, portanto: todo profissional deve desenvolver algum nível de familiaridade com a IA. Foi o que fez Edson Gaspar, 53 anos, ao trocar a condição de empreendedor, com empresa própria de Tecnologia da Informação por muitos anos, pelo cargo de desenvolvedor na Portão 3, plataforma de gestão de pagamentos para grandes empresas e indústrias.
“Sempre procurei aprender sobre novas tecnologias, mas, quando assumi esse novo desafio, há oito meses, percebi que precisava mergulhar na IA”, descreve Gaspar – que, a exemplo de muitos profissionais da mesma geração, começou a trabalhar com computadores como autodidata.
Na Portão 3, ele passou a conviver principalmente com jovens em início de carreira, como Mell Reis e Oliveira, 20 anos, que está no último ano do curso de Sistemas de Informação. “Lido naturalmente com a IA. Faz parte do meu dia a dia”, ela conta.
Essa junção das capacidades e perspectivas de diferentes gerações é outro elemento que vem sendo muito valorizado no mercado de trabalho. “Começamos a atuar com uma equipe muito jovem, mas percebemos que seria importante contar também com profissionais experientes. Cada geração tem muito a ensinar e a aprender com as outras”, diz Marcello Amaro, diretor de Recursos Humanos da Portão 3.
IA exige qualificação em todas as gerações profissionais
Foto: Portão 3/Divulgação
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