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No princípio, as fintechs eram vistas como uma grande ameaça para os bancos. Atualmente, o que se vê é mais uma simbiose. Pelo menos foi o que avaliou estudo feito pela consultoria Capgemini e o Linkedin.

O Brasil viu o número de fintechs disparar nos últimos cinco anos. Eram 100 negócios em 2015. Em meados de 2020, esse número já chegava a 750. No mesmo período, também se constatou uma tremenda transformação digital nos bancos tradicionais. Segundo a Febraban, o setor bancário brasileiro investe quase R$ 25 bilhões em tecnologia.

Apesar de todo esse movimento, o Brasil ainda tem 34 milhões de “desbancarizados”. São pessoas que ou não têm conta bancária ou possuem, mas não a movimentam. Esses números são do instituto Locomotiva. Fato é que os clientes hoje têm à disposição uma grande variedade de serviços.

Para discutir esse assunto, Luís Fernando Bovo, diretor de conteúdo do mercado anunciante do Estadão; entrevistou André Rodrigues Cano, diretor vice-presidente do Bradesco; e Renato Ejnisman, CEO do Next. Assista agora à íntegra:

https://estadaobluestudioplay.com.br/app/economia/financas-mais-fintechs-e-bancos-tradicionais-o-que-muda-no-sistema-financeiro

Simbiose

Em um mercado cada vez mais digital, as fintechs registram importantes colaborações para o setor financeiro. Em primeiro lugar, André Rodrigues Cano destaca a dimensão colaborativa, onde as instituições tradicionais já possuem várias parcerias estabelecidas, aproximando ainda mais os dois mundos.

Por outro lado, existe o fator competitivo, que é positivo, pois obriga a todos a se movimentarem no sentido da inovação. “Funciona como um acelerador da inovação. Eu vejo as fintechs com um papel muito importante no sistema financeiro brasileiro”.

Já Renato Ejnisman lembra que as fintechs nascem quase por definição sem receita. Por isso, têm menos apego a mudanças de modelos. Dessa forma, é possível trazer uma evolução ao sistema financeiro como um todo. “Uma coisa acaba fertilizando a outra”.

Pandemia

Em meio a todo esse processo, a pandemia também contribuiu para a aceleração da digitalização do setor financeiro, assim como de diversos outros setores.

Isso fez com que mais de 98% das transações feitas pelo banco atualmente ocorram por meio digital. Mesmo assim, o serviço de consultoria dentro das agências ainda é muito importante. André Rodrigues Cano lembra também que o Pix lançado pelo Banco Central também ajudou em todo esse processo.

Mas com toda essa evolução, o que esperar para o futuro? Para responder essa pergunta, Renato Ejnisman faz uma analogia com o futebol. “Em que momento estamos desse jogo? Eu diria que estamos ainda no aquecimento”. Dessa forma, o setor ainda apresentará grande mudanças.