Existem várias opções para investir seu dinheiro. Entre os exemplos mais conhecidos estão: aplicar na poupança, atuar na Bolsa de Valores e comprar consórcios. Apesar das opções existentes no mercado, muitos ainda têm dificuldade para poupar. Por isso, financeiras e bancos oferecem títulos de capitalização, uma espécie de poupança programada com prazo definido.

Essa modalidade faz parte do mercado tradicional do País, com mais de 90 anos de existência. Em um período com a forte queda da Taxa Selic, os títulos de capitalização são atrativos por conta do sorteio de prêmios. Torna-se um incentivo para quem não mantém o hábito de economizar um valor mensal.

Entretanto, é importante avaliar os reais objetivos. Afinal, o cenário atual da economia não permite mais manter todos os “ovos” em uma única cesta. Por isso, os poupadores devem pesquisar modalidades que consigam obter rendimentos diferenciados.

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Mas, afinal, como funciona?

Geralmente, os pagamentos são feitos mensalmente ou em um depósito único, com diferentes valores e prazos de contratos, que dão direito a sorteios – com prêmios que variam de acordo com o plano escolhido.

A procura pela modalidade tem aumentado. O Bradesco, por exemplo, registrou três milhões de títulos Max Prêmios em 2018. As ações do banco fizeram o faturamento alcançar R$ 6,2 bilhões no mesmo ano. Em recente entrevista ao Estadão, o diretor-presidente da Bradesco Capitalização, Jorge Nasser disse que a área trabalha para oferecer mais produtos populares.

O PIC (título de capitalização) do Itaú Unibanco também está disponível para todos os correntistas da instituição financeira. “Quem contrata o produto concorre a prêmios em dinheiro durante 48 meses, por meio de sorteios quinzenais, mensais e especiais. Após esse período, os clientes recebem o valor pago mensalmente de volta, mais a correção monetária que é realizada pela taxa de referência (TR), que remunera a poupança”, informou oficialmente o banco.

Fique atento aos riscos

Apesar de ser considerado uma modalidade tradicional, o título de capitalização é visto por especialistas como um procedimento de alto risco. “Somente contratos com prazo superior a 24 meses e percentuais de cota de sorteio e carregamento inferiores a 5% poderão ter ganhos com o retorno do título. Do contrário, dificilmente o consumidor conseguirá recuperar o que foi depositado, exceto se for contemplado pelo sorteio”, explica Marco Couto, professor do laboratório de finanças da Fundação Instituto Administração (FIA).

Couto alerta também que o consumidor deve prestar atenção no prazo e ser organizado com suas finanças. “O aplicador tem que ter perfil de apostador e ser muito organizado. Ele precisa se programar para não precisar do dinheiro antes do prazo do contrato. Até porque existem penalidades de pelo menos 10% do contrato. Tem muita gente que perde o que aplicou por falta de informação ou por não respeitar o prazo”.