Mercado, que há dez anos era de US$ 200 milhões e, em 2021, atingiu US$ 1 bilhão, deve chegar a US$ 50 bilhões em 2030, segundo estimativas da McKinsey
Por Fabio Gallo – editada por Mariana Collini
Todos nós estamos preocupados com os efeitos das mudanças climáticas. Um exemplo é a passagem do furacão Milton pela Flórida (EUA). Como parte dos esforços mundiais para mitigar os efeitos do aquecimento global foi criado em 1997, pelo Protocolo de Kyoto, o mercado de carbono que é um sistema de comércio de emissões de gases de efeito estufa (GEE).
Esse mercado funciona atribuindo valor financeiro às emissões de carbono, de forma que empresas e países que emitem menos do que o permitido possam vender suas cotas excedentes àqueles agentes que excedam seus limites. Os créditos representam a remoção de uma tonelada de dióxido de carbono equivalente (CO₂) da atmosfera e são negociados em mercados regulados ou voluntários.
Dados mostram que há dez anos esse mercado era de US$ 200 milhões e, em 2021, atingiu US$ 1 bilhão. Segundo estimativas da McKinsey, em 2030 deve chegar a US$ 50 bilhões. Há dois mecanismos principais de precificação: o comércio de emissões (cap-and-trade) e a taxa de carbono (carbon tax).
O comércio de emissões estabelece um limite (cap) sobre a quantidade total de emissões de gases que uma região ou setor pode emitir. As empresas que emitem menos do que o permitido podem vender seus créditos a empresas que estão acima de seu limite. O preço vem da oferta e demanda desses créditos.
A taxa de carbono é uma abordagem direta de precificação, que impõe um custo fixo por tonelada de dióxido de carbono emitido – é uma taxação sobre as emissões, que faz com que o custo de emitir CO₂ seja alto o suficiente para incentivar as empresas a buscar alternativas mais limpas. O imposto de carbono da Suécia é um dos mais antigos e bem-sucedidos.
Os investidores podem aplicar nesse mercado de diversas formas. Desde a compra direta de créditos para compensar suas próprias emissões ou na expectativa de sua valorização – existem plataformas que fazem essa venda direta.
Outro caminho de acesso a esse mercado são os fundos de investimento dedicados aos mercados de carbono regulados, em ações de empresas que operam no setor de energia limpa ou em empresas que desenvolvem tecnologias para redução de emissões. Também é possível a compra de ações de empresas que estão diretamente envolvidas com a redução de emissões ou que lucram com a venda de créditos de carbono.
Há ainda derivativos e tokens de carbono, que são bem mais arriscados. Investir no mercado de carbono é uma maneira interessante de alinhar aplicações financeiras com a sustentabilidade. Todos temos que entrar em ação no combate ao aquecimento global.
Invista no mercado de carbono e alinhe aplicações financeiras com sustentabilidade
Foto: Daniel Teixeira/Estadão
Notícias
-
3 de dezembro de 2025 Contribuição à Previdência atinge maior nível da série
Levantamento do IBGE aponta 67,763 milhões de ocupados contribuindo
-
3 de dezembro de 2025 Fazenda revela concentração de riqueza e desigualdade de renda por raça e gênero
Mulheres negras continuam no grupo com menor rendimento médio
-
26 de novembro de 2025 Consumidores miram novos celulares na Black Friday
Levantamento mostra aumento da intenção de compra para a data