Por André Marinho – editada por Mariana Collini

A desvalorização recente do real pode fornecer a investidores um interessante ponto de entrada para a moeda brasileira, afirmou o estrategista-chefe de investimentos da BlackRock para a América Latina, Axel Christensen, em apresentação a jornalistas nesta quarta-feira.

Christensen reconheceu que o desconforto com a política fiscal impõe riscos ao câmbio, mas ponderou que episódios como o atual são historicamente comuns em economias emergentes. “Investidores experientes conseguem olhar para além das incertezas de curto prazo e focar em algumas oportunidades”, explicou.

Entre as principais forças de longo prazo favoráveis ao Brasil, o estrategista citou a posição singular do País na geração de energia renovável, que será crucial para os avanços de centros de dados para sustentar a infraestrutura digital.

“Estamos observando essas oportunidades”, ressaltou. “Estamos dispostos a olhar para além do curto prazo porque entendemos a oportunidade de participar de algumas dessas transformações”, acrescentou.

Para Christensen, as tensões entre Estados Unidos e China também podem beneficiar a maior economia da América Latina, sobretudo se a situação for bem administrada. Ele lembrou que o Brasil é um importante parceiro comercial das duas potências rivais.

“Se os EUA impuserem tarifa à China e o país retaliar sobre as exportações para os EUA, que são primariamente na agricultura, isso pode significar que a China pode ter que comprar mais soja e outros bens agrícolas do Brasil”, exemplificou.

Investindo no Brasil em tempos de Real desvalorizado

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