Nath Finanças falou sobre o esquema de dois meses de descanso em publicação no LinkedIn; especialistas avaliam se há possibilidade de adesão em outras empresas brasileiras
Por Jayanne Rodrigues – editada por Mariana Collini
Nathália Rodrigues, conhecida como Nath Finanças, anunciou no LinkedIn uma nova política de férias e recesso para os funcionários de sua empresa. Os 24 funcionários já têm há alguns anos 60 dias de descanso por ano – os 30 dias normais das férias e mais 30 de recesso.
Os 30 dias adicionais eram usufruídos em um mês direto, mas agora serão divididos em intervalos de uma semana a cada dois meses. As férias regulares continuam sendo usufruídas por 30 dias seguidos.
Muitas pessoas elogiaram a medida adotada pela empresa nos comentários da publicação. Outros internautas questionaram a eficiência do modelo. “Quantos funcionários tem essa empresa? Essa matemática não fecha. A não ser que sejam poucas pessoas. Mas é adorável essa aplicação. Tomara que dure muito tempo e tudo dê certo pra vocês.”
Veja o post completo abaixo:
Afinal, esse benefício poderia pegar no Brasil? O Estadão ouviu especialistas para entender a possibilidade de adesão por outras empresas brasileiras e o atual cenário de benefícios para colaboradores.
A CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) estabelece que o empregador deve conceder 30 dias de férias por ano ou a cada ciclo de 12 meses de trabalho.
No entanto, as empresas têm a liberdade de oferecer períodos de descanso mais extensos, como fez a influenciadora Nathália Rodrigues. O que não é permitido, de acordo com a CLT, é oferecer menos de 30 dias de férias anuais.
“Segundo a CLT, (dar um período maior) é uma liberalidade que o empregador dá para os seus empregados”, explica a advogada Hanna Gois.
Empresas dão benefícios voltados ao descanso
Especialmente após a pandemia, houve uma mudança significativa na maneira como as empresas priorizam o tempo de descanso e lazer. É o que avalia Bruno Carone, CEO da Férias&Co, startup que oferece viagens como benefício corporativo para organizações.
Segundo o CEO, o aquecimento do mercado de benefícios corporativos é reflexo da mudança de mentalidade de uma parcela da população.
Atrelado a isso, com a flexibilização do home office, muitos começaram a questionar: “Por que preciso estar na minha casa para trabalhar? Será que não posso estar em outro lugar onde também posso aproveitar momentos com minha família, como em um hotel com piscina?”
As férias estendidas, acima de 30 dias, ainda representam um movimento tímido, mas promissor, de acordo com Bruno Carone.
Benefícios corporativos que estão em alta
Férias estendidas e flexíveis: algumas empresas escolhem aumentar o período de férias dos colaboradores, além dos 30 dias obrigatórios. Também há uma tendência crescente em novos modelos de trabalho, como a semana de quatro dias.
Saúde mental e suporte psicológico: sessões de terapia e apoio psicológico são comuns há algum tempo em companhias de diversos setores.
Benefícios para envolver a família: pacotes de benefícios que incluem opções para toda a família, como planos de saúde estendidos, academia e benefícios de viagem que podem ser usados com cônjuges e filhos.
Para Bruno Carone, oferecer benefícios não apenas atrai novos talentos, como também ajuda na redução de custos para as empresas ao diminuir casos de afastamento, por exemplo.
Já os benefícios de viagens financiadas pela organização auxiliam a diminuir a taxa de rotatividade, pois os colaboradores sentem-se mais valorizados e, consequentemente, menos propensos a sair da empresa.
Foto: GettyImages
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