Maior acesso à informação e mais concorrência agitam o cenário financeiro e acirram estratégias de crescimento
Por Gilmara Santos
O setor bancário passa por transformações. A chegada dos bancos digitais e das casas de investimento trouxe às instituições a necessidade de se reinventar para manter os clientes atuais e atrair novos consumidores. “Com a facilidade de acesso à internet e o crescimento do mercado de informação, os bancos tiveram que se adaptar a uma nova realidade e começaram a fazer isso com a qualificação dos profissionais. Este cenário contribui para atrair o investidor de dentro e fora do País, levando o mercado financeiro para um patamar de muito mais segurança”, diz a professora de finanças pessoais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Myrian Lund. Além disso, a personalização dos produtos e serviços contribui para atrair cada vez mais clientes.
Mais acionistas
Contribuindo para a avaliação de Myrian, Renato Lulia, diretor de Relações com Investidores e Inteligência de Mercado do Itaú Unibanco, considera que nos últimos cinco anos o mercado brasileiro passou por um crescimento da base de investidores sem precedentes. Ele avalia que o número de pessoas físicas que detêm ações do banco supera a marca de meio milhão de investidores. “Se contarmos os acionistas indiretos – aqueles que investem por meio de ações da Itaúsa –, o número é ainda maior, ultrapassando a marca do milhão, sem contar os diversos fundos e veículos de investimento que incluem a ação do banco na carteira.” Para ele, vários fatores colaboraram para esse crescimento da base de acionistas. Um deles é o maior acesso à informação por parte dos investidores pessoas físicas.
“O mercado de investimentos no Brasil é, na mesma medida, empolgante e desafiador”
Fabrício Reis, head de Captação e Investimentos do Banco do Brasil
Assessoria e relacionamento
“O mercado de investimentos no Brasil é, na mesma medida, empolgante e desafiador”, define Fabrício Reis, head de Captação e Investimentos do Banco do Brasil, que diz que a instituição experimentou muitas mudanças nos últimos tempos, com Selic na casa dos 2% ao ano, um grande movimento de novos entrantes na Bolsa, sequência de circuit brakers e movimento de elevação da Selic. “Para muitos desses novos investidores, sua primeira experiência nesse mundo já foi conhecendo na pele algumas palavras-chave: volatilidade, reserva de emergência e diversificação.”
“O que falamos muito na construção das nossas ações é que, hoje, existe um movimento de ‘commoditização’ de produtos e taxas de investimento. Por isso, para além de produtos, esse mercado está baseado em assessoria e relacionamento. O diferencial na construção e manutenção desse relacionamento estará em quem pode oferecer ao cliente o que ele precisa, no momento adequado, conhecendo seus objetivos e quais conteúdos e informações que realmente farão diferença na forma como ele lida com seu dinheiro”, afirma o executivo, ao destacar que a instituição busca, ainda, aliar a inovação à assessoria.
Propósito
Fábio Maeda, diretor de Controle e Risco do Banco da Amazônia (Basa), explica que o movimento de transformação tecnológica da instituição tem início nos processos internos e de revisão de toda a cadeia de valor. Os avanços em melhoria de processos, parque tecnológico, adoção de tecnologias competitivas e melhor entendimento das necessidades dos clientes foram a base para a evolução e para cumprir a missão da instituição, que é a de desenvolver uma Amazônia sustentável, com crédito e soluções eficazes.
<p “>Na tentativa de atrair investidores, o Basa fortaleceu e repaginou sua atuação com os investidores por meio de uma área de relações mais qualificada e com foco total em transparência, que começou a produzir relatórios e a levar as informações esperadas pelos investidores e pelo mercado, tendo tido ótima receptividade. Adicionalmente, o banco tem reforçado sua missão e seus valores diretamente ligados à sustentabilidade e ao desenvolvimento e preservação da Amazônia, buscando levar ao mercado e aos investidores informações sobre como essa atuação tem tido uma geração de valor relevante nos quesitos ambiental, social e climático.
Desenvolvimento socioeconômico tem sido a aposta do Banco Sofisa. “Somos uma instituição preparada para apoiar as empresas nos diversos ciclos de atividade. Nesses mais de 60 anos de história, trabalhando com produtos de qualidade e com atendimento personalizado, oferecemos crédito e serviços para empresas maduras como também para novos empreendedores”, afirma Diaulas Marcondes, vice-presidente executivo do Banco Sofisa.
A meta do banco, diz Marcondes, é continuar entendendo as necessidades do empresário brasileiro para oferecer produtos de acordo com as suas necessidades e capacidades.
Foto: Adobe Stock
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