Foto de Anna Nekrashevich no Pexels

O mercado financeiro segue diante de uma avalanche de ofertas iniciais de ações, mais conhecidas como IPOs. A pandemia do coronavírus impôs às empresas uma agilidade no processo de digitalização. Até mesmo alguns grupos mais relutantes precisaram aderir rapidamente à tecnologia para garantir a sobrevivência.

Consequentemente, esse cenário alavancou, principalmente, empresas de tecnologia, que trilham agora o caminho da bolsa brasileira, conhecida como B3. Esse mesmo trajeto também é percorrido por outros segmentos, como o agro e, até mesmo, empresas com ofertas iniciais de ações com valores menores.

Do outro lado, investidores cada vez mais atentos à nova realidade, em busca de oportunidades. Mas com tudo isso, será que ainda existe espaço para as empresas familiares com essa avalanche de IPOs? Como sobreviver nesse “novo normal”? Como as empresas menores podem também se beneficiar desse momento?

Para falar sobre o assunto, o jornalista Roberto de Lira conversou para o Empresas Mais, do Estadão, com Rogério Santana, diretor de Relacionamento com Clientes da B3, uma das principais empresas de infraestrutura de mercado financeiro no mundo. Confira abaixo a íntegra do bate-papo:

https://estadaobluestudioplay.com.br/app/economia/empresas-mais-como-fica-o-mercado-diante-da-avalanche-de-ipos

Fatores

A pandemia do coronavírus impôs inúmeros desafios para a sociedade como um todo. Nesse contexto, a digitalização se faz cada vez mais necessária nesse processo, aliás, foi acelerado em diversos segmentos, como o mercado financeiro.

Dessa forma, uma combinação de fatores contribuiu tanto para a mudança no comportamento dos consumidores, quanto das instituições financeiras e também das empresas.

“Por um lado, investidores buscam alterativas”, afirma Rogério Santana. Isso porque, segundo ele, as economias estavam muito concentradas em renda fixa. O processo de digitalização e o trabalho de educação financeira realizado por alguns grupos, porém, facilitaram a mudança de comportamento, tornando os investimentos mais acessíveis.

Em uma outra ponta, as empresas também começaram a entender melhor como funciona e quais as vantagens e compromissos com a oferta inicial de ações no mercado.

Nessa fase, tecnologia e saúde estão entre os destaques. “Mais recentemente, temos também o agronegócio, que sempre foi muito representativo para a economia brasileira, mas no mercado de capitais não era tão significativo”.

Detalhes

Segundo Rogério Santana, o porte da empresa é um ponto importante a ser avaliado. “Mais relevante, porém, é o potencial que a empresa tem para o futuro”. Por isso, existem oportunidades para empresas de diferentes setores e tamanhos, desde grandes grupos até mesmo negócios menores.

“Abrir capital é uma decisão importante na história da empresa, mas não é uma decisão que está totalmente fora do alcance de todos. Empresas jovens, com histórias legais e empreendedoras estão acessando o mercado de capitais”.