Sotreq vê crescimento robusto e amplia jornada digital

Revendedora é um dos grandes destaques de 2021

A Sotreq é a grande vencedora do ano do Estadão Empresas Mais 2021. A maior revendedora nacional da Caterpillar é destaque no ranking do Coeficiente de Impacto, lidera entre as empresas de altíssimo desempenho e ainda está em primeiro nas listas da Região Sudeste e do setor de máquinas e equipamentos. A empresa consegue ser um espelho da atividade em grandes setores da infraestrutura, já que opera em áreas como construção, agronegócios, mineração, hospitalar e de óleo e gás, entre outros.

Mesmo com as dificuldades impostas pela pandemia, a empresa registrou crescimento robusto em várias das áreas em que atua, explica Gustavo Sepúlveda, diretor executivo de Negócios da Sotreq. O grupo divulgou neste ano que suas receitas cresceram mais de 40% em 2020, atingindo R$ 7 bilhões. O lucro líquido chegou a R$ 454,4 milhões.

Sepúlveda explica que um grande desafio no período foi o de elaborar uma estratégia para que os clientes não sentissem falta dos produtos. “Fazemos sempre o gerenciamento de estoques no nosso pipeline de pedidos. E também tivemos ações para fomentar as vendas.”

 

Jornada digital

Acelerar a jornada digital para os clientes foi uma das ações que se mostraram acertadas. A Sotreq tem na capilaridade de sua rede de lojas um grande diferencial e parte dessa relação foi transportada para o ambiente digital. A empresa fez, por exemplo, algumas edições da CAT Live Festival, com foco em promoções de peças e serviços, sob comando do apresentador Ciro Bottini. Lançou também o Sotreq Retiraqui, uma estação de armários inteligentes de autoatendimento.

Outra grande novidade no período: a empresa passou a atuar diretamente no setor de agronegócio, no qual participava apenas com o fornecimento de máquinas, como tratores e carregadeiras. Em parceria com a AGCO, a Sotreq passou a revender colheitadeiras, tratores e máquinas preparadoras de solo das marcas Fendt e Valtra. “Já conquistamos territórios importantes em Mato Grosso e em Rondônia”, lista o diretor.

O executivo também destaca a atuação no setor de construção, uma das áreas em que a empresa conseguiu sobressair. “As obras de infraestrutura, especialmente na área de saneamento básico, demonstraram um forte crescimento no ano passado, junto das indústrias extrativistas vinculadas às commodities exportadoras, como celulose e minério”, afirma Sepúlveda.

Na área hospitalar, a Sotreq já é referência no fornecimento de grupos geradores de energia em grandes projetos estruturados, aqueles que visam à máxima redundância nesse segmento crítico. Essa expertise foi usada também na fase emergencial da crise sanitária, quando vários centros de saúde foram obrigados a criar espaços específicos para o tratamento de covid-19.

“Fazemos sempre o gerenciamento de estoques no nosso pipeline de pedidos. E também tivemos ações para fomentar as vendas”
Gustavo Sepúlveda, diretor da Sotreq

Empresas exportadoras trilharam um atalho na retomada

Adaptação rápida ao cenário desafiador foi decisiva em vários setores

 

Quais grupos empresariais brasileiros tiveram as melhores performances e, por consequência, causaram o maior impacto na atividade econômica em 2020? E quais os motivos que levaram a esse desempenho no difícil ano de 2020? A metodologia exclusiva da FIA e a da Austin Rating no Estadão Empresas Mais, que pondera porte e entrega de resultados, conseguiram responder a essas perguntas. Empresas com forte viés exportador que conseguiram se adaptar às condições de mercado na fase crítica aproveitaram-se mais rapidamente da retomada em mercados-chave no exterior.

A Marfrig, líder no ranking do Coeficiente de Impacto Estadão da categoria Grandes Grupos, por exemplo, exporta 2/3 do que produz na chamada plataforma América do Sul. Segundo Tang David, CFO do frigorífico, mercados como o chinês mantiveram a demanda, mesmo em períodos mais sensíveis na crise. No mercado interno, a queda no food service foi em parte compensada pelo avanço do delivery, especialmente de hambúrgueres (leia entrevista ao lado).

Outro grupo do mesmo ramo, a JBS, ficou no segundo posto na categoria. Apenas a receita de exportações consolidadas do grupo em 2020 (que inclui operações também fora do Brasil) somou US$ 13,6 bilhões, com 53,4% indo para o mercado asiático, com a China na liderança. Além da carne bovina, a empresa continuou em busca de ser cada vez mais presente em produtos de valor agregado. No ano passado, por exemplo, adquiriu o negócio de margarinas da Bunge. Hoje, a JBS tem mais de 70 marcas que chegam a aproximadamente 190 países.

Na mineradora Vale, que ficou na terceira colocação do ranking, a receita líquida avançou para R$ 208,5 bilhões, refletindo tanto a desvalorização do real ante o dólar (na casa dos 30,7% em 2020) como os preços mais altos do minério de ferro devido à retomada da demanda por produtores de aço, em especial no segundo semestre. Mesmo colocando cerca de 15 mil colaboradores em home office durante a pandemia, a Vale conseguiu retomar até algumas operações que estavam paralisadas desde 2019, ano da tragédia de Brumadinho.

Com a retomada e a estabilização de suas operações, a Vale lançou uma estratégia de longo prazo que contempla, entre outras iniciativas, os projetos Serra Sul 120 e Capanema, importantes para a criação dos buffers de capacidade e para a estabilidade de produção. No final de novembro de 2021, a companhia anunciou que pretende continuar investindo entre US$ 5 bilhões e US$ 6 bilhões anualmente.