É possível viajar para outros países ou mesmo participar de fóruns e congressos com foco em perspectivas como inovação, empreendedorismo e capital de risco
Por Raisa Toledo
Para estudantes das economias emergentes e de relações internacionais, presenciar o que se estuda ganha importância considerável. Dessa forma, intercâmbios são ainda mais valorizados. Na FIA Business School, os cursos Americas MBA e International MBA são lecionados em inglês e abordam a temática com foco em perspectivas como inovação, empreendedorismo, capital de risco e gestão intercultural (cross-cultural management).
No primeiro, a disciplina de Marketing para Mercados Emergentes é oferecida para alunos brasileiros e estrangeiros, de escolas parceiras em Estados Unidos, México e Canadá. “O curso aborda como tratar as diferenças de modo a ter sucesso em novos mercados com maior distância cultural do país de origem, adaptando oferta de produto, serviço e posicionamento estratégico”, diz a professora Samantha Mazzero.
O objetivo dos currículos é que os gestores consigam acompanhar as tendências e guiar suas empresas para se adaptarem a mudanças.
Durante o Americas MBA, os alunos participam de quatro imersões internacionais, em Canadá, Brasil, México e Estados Unidos. Já no International MBA, uma visita ao Vale do Silício faz parte da formação. “Os executivos que se atualizam na pós-graduação têm poder ou influência direta de decisão sobre processos de internacionalização, seja por desenhar seu modelo ou estabelecer o posicionamento e o portfólio”, diz Samantha.
A importância do contato com executivos e empresas de diferentes países no contexto da globalização é também prevista pelo OneMBA, curso executivo conduzido por um consórcio de quatro instituições: a Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV Eaesp); a Escola de Gestão da Universidade de Xiamen, na China; a Escola de Negócios Egade, no México; e a Escola de Negócios Miami Herbert, da Universidade de Miami, nos Estados Unidos.
A formação, que requer um investimento de R$ 180 mil, dura 18 meses e tem como idioma o inglês. São realizadas temporadas em seis países: Estados Unidos (ou Canadá), Brasil, China, Índia (ou Coreia do Sul), Espanha e Marrocos. As atividades incluem visitas a empresas e workshops para explorar as práticas de negócios de cada região.
Vice-presidente do Conselho de Administração de um grupo de empresas da área da saúde, Fernando Lopes Alberto optou pelo curso no momento de transição entre a carreira como médico e uma atuação como gestor, em 2008. O termo Brics era recente e o mundo vivia a quebra do banco de investimentos Lehman Brothers, marco da crise financeira internacional que se seguiu. “Tudo que se falava era de globalização, as projeções que a gente fazia eram de um mundo cada vez mais interdependente e as economias emergentes assumindo participação cada vez maior no PIB mundial.”
O curso se revelou um bom investimento. “Tive acesso a um conjunto de ferramentas de liderança e organização que me ajudou a construir uma carreira bastante sólida. Entender a complexidade desses países, a existência de culturas diferentes e os interesses que estão em jogo (atualmente) é super relevante.”
Na academia, também há oportunidade para explorar países emergentes. A USP, por exemplo, tem acordos de cooperação e convênios acadêmicos com todos os outros quatro membros atuais do Brics. Além deles, é possível realizar intercâmbios ou usufruir de parcerias com universidades de nações como Turquia, Indonésia, Cuba e Egito.
Estudantes e pesquisadores que têm como objeto o Brics, a política externa brasileira ou o cenário geopolítico internacional podem buscar participar de eventos como a Conferência de Pesquisa do Brics (Brics Research Conference) e o Fórum de Pós-graduação do Brics (Brics Postgraduate Forum). As duas iniciativas começaram a ser organizadas no ano passado pelo Brics Research Institute, da África do Sul.
Rafaela Mello, professora assistente do Instituto de Relações Internacionais e Defesa (Irid) da UFRJ, se interessou pelo Fórum de Pós-graduação por seus estudos sobre como o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) contribui para a transição energética. Premiada pela pesquisa que apresentou no evento, feita na Unicamp, ela recebeu um convite para participar do Brics Research Institute.
“Quando entrei no projeto, não esperava todos os frutos que eu ia colher. É muito importante perceber as semelhanças que países tão distantes culturalmente e geograficamente da gente acabam tendo com o Brasil.”
Cursos
Americas MBA – FIA Business School
Curso híbrido com quatro imersões internacionais presenciais; carga horária de 562 horas; aulas ministradas em inglês
International MBA – FIA Business School
Curso híbrido com imersão internacional presencial; carga horária 570 horas; aulas ministradas em inglês
OneMBA – FGV Eaesp
Curso híbrido com aulas presenciais, atividades assíncronas, aulas ao vivo e imersões internacionais; entrada mediante processo seletivo; duração de 18 meses
Brics Research Institute – Universidade de Tecnologia de Durban, África do Sul
Realiza eventos internacionais, pesquisas e encontros online sobre o Brics.
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Foto: RAFAELA MELLO/ARQUIVO PESSOAL