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As mudanças climáticas mudarão os líderes empresariais

Não há tempo a perder! As mudanças climáticas chegaram!

Não por causas naturais como ocorreram há milhares de anos atrás, mas consequência do próprio desenvolvimento humano, devido aos Gases de Efeito Estufa (GEE) gerados pela nossa civilização! Formado de CO2, em quantidades maiores, eles bloqueiam a saída de calor da atmosfera, consequentemente aumentando a temperatura da superfície da Terra, progressivamente.

Os cursos de MBA trouxeram aos negócios importantes temas e competências, como a visão sistêmica, a interdisciplinaridade, o pensamento crítico, as “soft skills”, as tecnologias da informação, a inovação e a internacionalidade, as quais viabilizaram a globalização das empresas e de mercados. 

Decididamente as Escolas de Negócios formaram importantes líderes gestores que impulsionaram esse movimento!  Agora precisamos impulsionar a luta contra as mudanças climáticas! 

Essa luta não é apenas dos governos, mas de todos, particularmente dos setores econômicos e seus líderes, conscientes do impacto das suas decisões no meio ambiente e em toda a sociedade! É o modelo ESG (meio ambiente, social e governança), que veio para destacar o foco na sustentabilidade e se tornar parte da cultura empresarial! 

O papel da liderança é conduzir essa mudança cultural, resultando em ações mais sustentáveis apoiadas em conhecimento científico, com visão sistêmica e de longo prazo, analogamente ao que foi feito na globalização das empresas. Para uma efetiva capilarização de cultura ESG, a liderança dependerá do estabelecimento das condições de transparência, respeito à diversidade e da participação dentre seus colaboradores. A replicação dos conhecimentos junto aos liderados e o seu empoderamento garantirá a apropriação da mesma responsabilidade por parte de todos. 

O enfrentamento ao aquecimento global dependerá de dois tipos de providências. Aquelas relacionadas à redução dos GEE para evitar o aquecimento e aquelas de adaptação ao aquecimento. No ponto em que chegamos, já estamos sentindo a importância da adaptação a novos regimes de chuva e temperaturas. Alguns países que habitam pequenas ilhas do Pacífico estão submergindo pelo aumento do nível do mar e sua população já é de refugiados climáticos em busca de outros territórios para habitar. 

Para reduzir os GEE é primordial não desflorestar, reflorestar e gerar energia a partir de fontes renováveis. As contribuições de cada país são variáveis e torna-se fundamental a retribuição econômica para os que adotem medidas em favor do meio ambiente e da redução da emissão dos gases do efeito estufa.

Os créditos de carbono chegam para ser o mecanismo de recompensar os responsáveis pelas ações que limitem a magnitude do aquecimento global e suas consequências, equilibrando as contribuições.  

Os líderes de cultura ESG merecerão esses créditos!

Armando Dal Colletto é vice-presidente do Conselho Consultivo da Anamba, diretor acadêmico do Institute of Performance and Leadership (IPL) e coordenador do Estadão Guia do MBA