Realização:

Estadão

Produção:

Blue Studio

O que um MBA pode fazer por você e o que você pode fazer pelo MBA?

Por Armando Dal Colletto

No discurso de posse como presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy falou aos norte-americanos:

“Não perguntem o que seu país pode fazer por vocês – mas o que vocês podem fazer pelo seu país”.

Foi um claro chamado à ação, convocando os cidadãos para juntos enfrentarem os desafios de uma nação que, na época, vivia estagnação econômica, questões de direitos civis, de integração racial e a Guerra Fria com a Rússia.

Essa mensagem de Kennedy, de 60 anos atrás, poderia ser adaptada e enviada para os futuros participantes dos MBAs do mundo “pandêmico” onde o ambiente complexo, a velocidade exponencial, a ambiguidade e a incerteza dos fatos requerem ações para enfrentar sucessivas situações inéditas e de grande impacto.

Kennedy almejava dar esperança, paz e prosperidade ao povo americano. Conseguiu avanços nas áreas econômica e de direitos civis, que perduraram mesmo depois de sua morte, porém desafios como a integração racial e as crises internacionais se tornaram questões recorrentes nos vários governos que lhe sucederam. Lançou o desafio de levar o homem à Lua, quando a tecnologia nem existia, e argumentando que o espaço era uma fronteira a ser conquistada com urgência (numa década) e que o mérito seria de todo o povo americano. Conseguiu recursos para criar a Nasa e financiar o projeto que, mais tarde, levou os Estados Unidos a conquistar a liderança espacial com o primeiro astronauta na Lua.

Sua mensagem faz bastante sentido na época atual, pois, cada vez mais, dependemos de participação social, múltipla cooperação e integração entre parceiros para enfrentar as questões cruciais do mundo, como as mudanças climáticas, as desigualdades sociais, a integração dos povos e o desenvolvimento humano. Governos não são suficientes para enfrentar sozinhos esses desafios e o engajamento e a colaboração de múltiplos stakeholders, atrelados a novos conhecimentos e metodologias, são fundamentais para agir globalmente e de maneira sustentável.

“A hora certa de consertar o telhado é quando faz sol”, também disse Kennedy. Ou seja, é necessário se preparar! Na emergência não se faz planejamento, somente decisão e ação (execução)!

Fernando Pessoa disse: “Navegar é preciso, viver não é preciso” e podemos adaptar para “Planejar é preciso”, no sentido de ser necessário, porém ao mesmo tempo poderíamos dizer “Planejar não é preciso”, no sentido da exatidão, assumindo que na hora da execução as surpresas ocorrerão, exigindo flexibilidade, resiliência e criatividade para adaptar os planos e seguir em frente. Se o telhado foi bem consertado (planejado), resistirá às intempéries (surpresas)!

“É necessário se preparar! Na emergência não se faz planejamento, somente decisão e ação (execução)!”

Finalmente, a frase, também sexagenária, de Kennedy, “Liderança e aprendizado são indispensáveis um ao outro” nos remete ao autoconhecimento, ao aprendizado ativo, entre pares e centrado no ser humano, tornando o aluno protagonista no processo de ensino e aprendizado. Agora, caberá aos alunos trazer, para o ambiente do curso, o rol de desafios das suas organizações, a escolha e o design de soluções inovadoras, a identificação dos stakeholders e clientes e, juntos com os professores, fazer cada um a sua parte por um MBA de qualidade.

Com essas metáforas, fica mais fácil para o profissional compreender a diferença de adquirir um conhecimento para uso específico e imediato ou cursar um MBA para adquirir habilidades e competências abrangentes e estruturadas, que perpassam o tempo e criam alicerces capazes de resistir ao mundo complexo em transformação exponencial e suas inúmeras “variantes” que a era “pandêmica” nos reserva!

 

Armando Dal Colletto é vice-presidente do Conselho Consultivo da Anamba, diretor acadêmico do Institute of Performance and Leadership (IPL) e coordenador do Estadão Guia do MBA