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Artigo

A arte de delegar no centro dos cursos de MBA

Por Alessandra Maciel

28 nov 2025

Os programas executivos de MBA têm, há anos, o objetivo de preparar líderes capazes de atuar em ambientes complexos, competitivos e em constante transformação. Contudo, a realidade das organizações contemporâneas mostra que o domínio técnico e a capacidade analítica, por si sós, já não são suficientes para sustentar resultados consistentes. A liderança exige uma combinação de pensamento estratégico, gestão de equipes e habilidades socioemocionais — as chamadas soft skills. Entre elas, uma se destaca pela sua capacidade de ampliar o impacto do líder e fortalecer a maturidade organizacional: a capacidade de delegar.

Esse processo não consiste apenas em distribuir tarefas. Envolve confiança, orientação, desenvolvimento e responsabilização. Quando líderes deixam de delegar, acabam centralizando decisões, acumulando demandas operacionais e se distanciando do seu papel estratégico. Já quando delegam de forma estruturada, criam ambientes de aprendizagem contínua, estimulam autonomia e fortalecem o senso de protagonismo nas equipes.

Esse movimento é reconhecido globalmente. Em iniciativas apresentadas por escolas como Penn State (EUA), Rotman (Canadá) e Iese (Espanha), observa-se um esforço deliberado para formar líderes capazes de construir times fortes, compartilhar decisões e engajar stakeholders. Ou seja, ‘delegar’ deixa de ser um ato individual e passa a ser uma competência organizacional.

Ainda assim, muitos executivos chegam aos programas de MBA com modelos mentais baseados na centralização, fruto de trajetórias em que o destaque profissional foi associado ao “fazer pessoalmente”. Por isso, incluir a delegação como skill estruturada no currículo significa reeducar a liderança, promovendo uma transição do papel do executor para o papel de formador e multiplicador de capacidades.

Para isso, os programas precisam ir além da teoria e trabalhar a delegação em processos práticos, como:

  • definição clara de expectativas e resultados;

  • leitura de perfil e potencial da equipe;

  • comunicação assertiva e feedback contínuo;

  • acompanhamento sem microgestão;

  • reconhecimento e reforço positivo.

Ao integrar essa habilidade ao cotidiano pedagógico, o MBA ajuda o líder a desenvolver times capazes de pensar, decidir e agir, tornando a organização mais adaptável, ágil e inovadora.

Delegar é, portanto, um ato de coragem e visão. É abrir espaço para que outros cresçam é crescer junto. Se programas executivos desejam formar líderes de impacto, a delegação precisa deixar de ser tratada como apenas um detalhe e assumir seu lugar como pilar essencial da liderança contemporânea.

Alessandra Maciel, – Ph.D
Presidente do Conselho da ANAMBA
Prof. do Programa de Mestrado AGTU-EUA e MBA na ESPM

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