Artigo
MBAs e Pós lato sensu: motor silencioso da transformação empresarial e nacional
Por Armando Dal Colletto
28 nov 2025
O Brasil precisa de uma revolução silenciosa — e ela pode começar dentro das salas de aula dos cursos de pós-graduação lato sensu. Em um mundo onde a única constante é a mudança, formar profissionais capazes de inovar, adaptar-se e liderar transformações é mais do que uma necessidade: é uma urgência nacional. Os MBAs e demais especializações não são apenas degraus na carreira; são motores de desenvolvimento empresarial e, por extensão, social e econômico.
Esses cursos têm o potencial de transformar o mercado, mas para isso precisam ir além da teoria. Devem se tornar laboratórios vivos de inovação, conectando o conhecimento acadêmico às dores reais das empresas. A chave está em explorar metodologias ativas, tecnologias educacionais e, sobretudo, aproximar os coordenadores e professores do mundo corporativo. Quando executivos mentores entram na sala de aula e problemas reais são trazidos para discussão, o aprendizado ganha propósito — e o impacto se multiplica.
Essa aproximação cria um círculo virtuoso: problema-pesquisa-solução. Os alunos desenvolvem competências práticas e ampliam sua empregabilidade; as empresas recebem diagnósticos e propostas inovadoras; e os cursos se fortalecem como agentes de mudança. Mais do que formar especialistas, os cursos “lato sensu” devem formar solucionadores, estrategistas e líderes.
Para que esse modelo floresça, é essencial que as empresas assumam um papel ativo. O patrocínio à formação de colaboradores deve ser visto como investimento estratégico, não como benefício pontual. Ao apoiar a educação continuada, as organizações fomentam a inovação interna, aumentam sua competitividade e contribuem para a construção de um ecossistema de aprendizado contínuo. Afinal, no século 21, vale mais a capacidade de aprender, desaprender e reaprender.
Além disso, é preciso que os próprios alunos enxerguem a pós-graduação como uma jornada de transformação pessoal e profissional, e não apenas como um título. O engajamento, a curiosidade e a disposição para aplicar o conhecimento adquirido são fatores decisivos para que o impacto da formação ultrapasse os limites da sala de aula e reverbere no mercado.
O Brasil precisa de profissionais que pensem como empreendedores, ajam como inovadores e aprendam como eternos estudantes. Os cursos “lato sensu”, quando bem desenhados e conectados à realidade, são capazes de formar esse perfil. E ao formar pessoas assim, formamos empresas melhores. E ao formar empresas melhores, construímos um país mais produtivo, competitivo e sustentável.
A transformação que queremos não virá apenas de políticas públicas ou grandes reformas. Ela pode — e deve — começar com cada profissional que decide se reinventar. E com cada instituição que entende que ensinar é, acima de tudo, transformar.

Armando Dal Colletto
Presidente da Associação Nacional de MBA – ANAMBA
Presidente do Instituto Prospectiva – INSPRO
Coordenador do Guia Pós + MBA Estadão
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