Metodologia
Guia de Pós + MBA: Saiba mais sobre a metodologia
As instituições de ensino pesquisadas responderam a perguntas que formaram a base de dados do Guia da Pós + MBA
A edição 2024 traz dados sobre mil cursos de MBA e 350 de pós-graduação em Administração, oferecidos por 80 instituições de todo o Brasil
Por Tatiana Bertoni
22 nov 2024
Desde 2016, o Estadão publica em parceria com a Associação Nacional de MBA (Anamba) o Guia do MBA, que oferece informações sobre cursos de pós-graduação lato sensu em Administração que estão registrados no Ministério da Educação, mas também aqueles que são oferecidos no Brasil por instituições internacionais.
O que a publicação oferece não é apenas uma classificação dos cursos, mas sim uma orientação mais ampla sobre como eles estão estruturados no País. “Nós até trazemos classificações, mas elas são segmentadas. Avaliamos várias dimensões e, em cada uma delas, há uma classificação por estrelas, que varia de zero a cinco”, explica Armando Del Colletto, coordenador do Estadão Guia de Pós + MBA e presidente da Anamba.
Há quatro anos, além da versão impressa, o Guia passou a contar com uma versão digital, que permite uma pesquisa personalizada. Na edição de 2024, a base de dados reúne informações sobre mil cursos de MBA e 350 de pós-graduação em Administração, oferecidos por 80 instituições de todo o Brasil. Durante a pesquisa, o leitor pode escolher entre busca simples ou avançada. Na busca simples, ele pode preencher ou selecionar filtros como: palavra-chave (que pode ser o nome do Estado, cidade ou instituição), região, tipo de MBA e modalidade. Já na busca personalizada, há seis dimensões para seleção: “Vivência internacional”, “Conhecimentos oferecidos”, “Criação de networking”, “Selos de qualidade”, “Processo seletivo” e “Investimento”. É nesse momento que entram as escolhas com base no número de estrelas atribuídas a cada curso.
“A pessoa precisa saber em qual área tem interesse e, a partir daí, explorar o Guia, observando os ícones das escolas, a qualidade que elas oferecem e os valores, para ver se o investimento é compatível com o que busca”, afirma Alessandra Maciel, professora de MBA na ESPM e presidente do Conselho Consultivo da Anamba. Ela ressalta que as escolhas dependem muito do momento de carreira de cada um. “Quanto mais estrelas, mais caro tende a ser o curso”, explica.
“Nós até trazemos classificações, mas elas são segmentadas. Avaliamos várias dimensões e, em cada uma delas, há uma classificação por estrelas, que varia de zero a cinco”
Armando Del Colletto, coordenador do Estadão Guia de Pós + MBA e presidente da Anamba
A metodologia é baseada em critérios que recebem tratamento estatístico e são considerados na avaliação dos cursos. “Networking”, “Conhecimento”, “Processo seletivo”, “Vivência internacional” e “Selos de qualidade” são avaliados. Para Alessandra, alguns desses fatores fazem a diferença para quem busca um MBA de qualidade. “(Eles) são fundamentais para que ocorra a troca de experiências. É importante ter professores com vivência no mercado, além da titulação necessária para a docência, e também a interação entre os alunos. Isso gera uma rede profissional, de apoio, amizade e até indicações para empresas, algo muito valioso para eles.”
Para criar a base de dados, as instituições de ensino respondem a 50 perguntas, que vão desde informações básicas sobre o curso oferecido até questões específicas, como o perfil dos alunos e detalhes sobre o conteúdo ensinado. Quando os cursos são auditados pela Anamba ou por outras entidades internacionais, as instituições que recebem essas certificações tendem a se destacar com mais estrelas – e esses “Selos de qualidade” são mais um dos aspectos avaliados. “O processo seletivo que a escola declara como rigoroso – com testes, entrevistas e cartas de recomendação – é pontuado. Mas, caso isso não seja verdade, podemos verificar com os alunos do curso. Se a auditoria mostrar que a informação não é verdadeira, iremos investigar a escola. Por isso, informações públicas, como as acreditações de qualidade, são 100% verificadas”, diz Colletto.
Na metodologia do Guia, também se destaca a importância de a instituição oferecer uma vivência internacional ao aluno, caso ele deseje esse tipo de experiência. “Quem nunca trabalhou no exterior pode ter a chance de vivenciar isso ao fazer aulas fora do Brasil e, dependendo do curso, em diferentes continentes. Para um executivo que deseja uma carreira internacional, essa vivência é essencial”, afirma Maciel.
Tendências para o futuro
Tanto os alunos quanto os cursos de MBA e pós-graduação no Brasil têm experimentado mudanças nos últimos anos. A principal preocupação do setor para o futuro está relacionada às estratégias de aprendizagem. “A grande questão é entender o que se adequa melhor à realidade dos alunos. O MBA, no passado, focava no desenvolvimento de hard skills, ou habilidades técnicas. Hoje, ele precisa também abranger as competências comportamentais, que são muito difíceis de ensinar em uma sala de aula, porque elas não se ensinam, se praticam”, pontua a presidente do Conselho Consultivo da Anamba. Para ela, o grande desafio está em como as instituições conseguirão resolver essa equação. “Estamos estudando novas metodologias para ensinar a geração atual. Hoje, quando falamos em formação desse público, precisamos elevar o grau de maturidade dos executivos, principalmente no que se refere às habilidades comportamentais”, conclui.
Crédito da Foto: Adobe Stock Photo
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