O uso de dados, assim como as estratégias focadas na necessidade e jornada do consumidor, abre possibilidades no mercado de seguros
O uso de dados, assim como as estratégias focadas na necessidade e jornada do consumidor, abre possibilidades no mercado de seguros
Por Lara De Novelli
O tempo está mais escasso, os clientes estão mais exigentes e o mercado está mais acirrado, combinação que tem levado empresas de produtos e serviços a investir para que o consumidor tenha uma experiência, uma jornada cada vez melhor. Customer Experience (CX), na linguagem do Marketing. E o setor de seguros tem se adaptado a essa demanda, oferecendo produtos cada vez mais personalizados. “Com pesquisas com o público e coleta e análise de dados, é possível elaborar novos produtos e pensar em melhorias. É um trabalho constante de estudo do comportamento e das necessidades do consumidor. Além disso, as seguradoras também trabalham com fatores externos, como as questões climáticas, por exemplo”, explica Ana Paula de Almeida Santos, diretora de Sustentabilidade e Relações de Consumo da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg).
Um exemplo de personalização são as apólices como uma assinatura mensal. Pensadas para aquele cliente que é autônomo, profissional liberal, freelancer, que tem uma renda sazonal. Ele talvez não tenha condições de fazer um contrato longo, e pode precisar interromper os pagamentos em alguns momentos do ano. “De olho nesse público, algumas seguradoras estão customizando os contratos; no mês que o cliente não tiver dinheiro, não tem seguro; se voltar a pagar, volta a ter a cobertura. É uma forma de se encaixar no perfil do público das classes C e D”, diz Diego Rocha, coordenador do curso Certificação em Aceleração Digital para corretores de seguros da Escola de Negócios e Seguros (ENS).
“De olho nesse público, algumas seguradoras estão customizando os contratos; no mês que o cliente não tiver dinheiro, não tem seguro; se voltar a pagar, volta a ter a cobertura. É uma forma de se encaixar no perfil do público das classes C e D”
Diego Rocha, coordenador na Escola de Negócios e Seguros (ENS).
Sob demanda
A personalização garante produtos mais condizentes à realidade do consumidor. No segmento de automóveis, por exemplo, motoristas que moram na mesma rua, têm idade semelhante e mesmo modelo de veículo podem ter valores de seguros diferentes, porque as companhias começam a avaliar também o uso do veículo. “Um sai todo dia de carro para trabalhar, o outro não. Antigamente, eles pagariam o mesmo valor de seguro, por terem o mesmo CEP, hoje não mais. As seguradoras têm a liberdade de ativar uma geolocalização no seu aplicativo e capturar seus dados de consumo, seu comportamento como motorista, para precificar melhor o seu seguro”, exemplifica Rocha.
Em outra frente, a seguradora pode avaliar a saúde e a qualidade de vida, com base na rotina, a partir dos dados capturados por um smartwatch, como batimento cardíaco, pressão arterial, se o cliente é sedentário ou ativo. E precificar melhor o seguro de vida com base nesses fatores de risco. Rocha explica que o que antes era taxa média o funil transformou em hiperpersonalização do preço do seguro.
Na esteira da personalização, a Tokio Marine encontrou a estratégia de disponibilizar quatro opções de produtos para automóveis – do básico ao mais completo – em uma única cotação de seguros, um modo de facilitar também o processo de venda para a imensa rede de corretores e assessorias. Marcelo Goldman, diretor executivo de Produtos RD Massificados da seguradora, diz que a variedade é uma das estratégias para o crescimento expressivo registrado nos últimos anos, com a participação de mercado saltando de 3% em 2011 para 13,5% em 2023. “Neste ano atingimos a importante marca de mais de 2,7 milhões de veículos segurados”, completa.
Educação financeira
O processo de democratizar o acesso ao seguro e o consumo de seguro está atrelado à transformação digital e à comunicação que a seguradora tem com o segurado. “Em um cenário no qual as pessoas estão vivendo cada vez mais, o planejamento para o futuro se torna ainda mais fundamental, e isso inevitavelmente passa por um processo de educação financeira”, enfatiza Ana Paula.
Ela ressalta que os produtos de seguros são ferramentas que podem contribuir com a saúde financeira, física e até mental dos segurados. Por exemplo, existem seguros de vida no mercado que oferecem orientação nutricional, de atividade física, psicológica e até locação de aparelhos ortopédicos. Serviços que, se fossem contratados individualmente, poderiam custar mais. “Além disso, também temos a previdência privada, que é oferecida pelas entidades abertas de previdência complementar. O consumidor investe para no futuro ter, na aposentadoria, uma situação financeira mais tranquila e mais adequada às suas necessidades.”
Foto: Adobe Stock
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