Por Gilmara Santos

A economia é baseada na confiança. Só se investe, só se assume dívidas, se os agentes econômicos tiverem segurança de que o setor vai progredir e gerar riqueza, lucros, salários, impostos e bem-estar social. A avaliação é do presidente do Conselho Regional de Economia da Segunda Região (Corecon-SP), Pedro Afonso Gomes. E em um ambiente de negócios que está em constante evolução, o empreendedorismo e a inovação são os motores que impulsionam a confiança dos investidores. Isso porque oferecem um potencial de crescimento, resiliência e impacto positivo, que são fundamentais para atrair capital. 

Para Augusto Lima, CEO do Banco Master, o financiamento é um acelerador muito importante para a economia nacional, principalmente porque atinge a camada da população que mais precisa (classes C, D e E). “Trata-se de um crédito mais barato que os convencionais, que estimula o uso inteligente para o empreendedorismo.” 

E o potencial de crescimento é alto, porque reflete a busca por oportunidades dos empreendedores que trabalham para a expansão dos seus negócios. É importante lembrar que a base da economia do País é formada por pequenos e médios empreendedores. 

Os bancos são, sem dúvidas, importante fonte de financiamento para os empreendedores, mas não a única. Adriano Nakamura, consultor de projetos e negócios do Sebrae-SP, lembra que muitas micro e pequenas empresas inovadoras trabalham com os esforços concentrados em identificar problemas reais e em encontrar soluções criativas, o que as torna atrativas para o mercado.

Empresas inovadoras, com cultura proativa e capacidade de enxergar e se adaptar às mudanças de mercado, que investem em aprendizado contínuo e têm capacidade de identificar e corrigir erros, são bem vistas e chamam a atenção em especial de investidores que não estão interessados somente em ganhos imediatos, mas na construção de negócios sustentáveis no longo prazo, com perspectivas de retornos sólidos.

“Os empreendedores são responsáveis pela criação de novos negócios, por trazer novas ideias e estimular setores inteiros, contribuindo para o desenvolvimento sustentável e a resiliência econômica”
Adriano Nakamura, consultor de projetos e negócios do Sebrae-SP


Crescimento

O ecossistema empreendedor brasileiro está atraindo investimentos por meio de uma crescente cultura de inovação, startups e fintechs de destaque como Nubank, Ifood, 99 e C6 Bank, parcerias com aceleradoras internacionais como a 500 startups e YCombinator (ainda que baseada nos EUA tem investimento em várias startups brasileiras) e o apoio de políticas governamentais voltadas para o empreendedorismo e a inovação, como Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação, Lei do Bem, BNDES e StartOutBrasil. Além disso, o acesso a talentos qualificados e um mercado interno robusto têm oferecido oportunidades que atraem investidores que buscam crescimento e diversificação de portfólio.

“O empreendedorismo é vital para a economia nacional, pois impulsiona a criação de empregos, a inovação, a competição e o crescimento econômico. Os empreendedores são responsáveis pela criação de novos negócios, por trazer novas ideias e estimular setores inteiros, contribuindo para o desenvolvimento sustentável e a resiliência econômica”,  diz o representante do Sebrae-SP. O investimento no empreendedorismo alavanca a economia nacional ao estimular a inovação, criar empregos, aumentar a competitividade e impulsionar o crescimento econômico. Os empreendedores têm capacidade de gerar riqueza, expandindo mercados e fortalecendo a infraestrutura empresarial, o que contribui para uma economia mais dinâmica e robusta. 

A inovação é um motor crucial para o crescimento econômico, pois colabora para a criação de novos e melhores modelos de negócios, produtos, serviços e mercados, com o aumento da produtividade e a melhoria da competitividade.

“A existência dos empreendedores é fundamental, mas eles precisam ter formação, e aqueles que já estão no mercado e estão tocando suas empresas também precisam ter a capacidade de atrair esses investimentos. E de que forma? Fazendo um bom plano de negócios, que seja atrativo para os investidores e que seja viável”, ensina Gomes.

Foto: Adobe Stock