No segmento de discussões autossustentáveis e ambientais no mundo existe uma modalidade de investimento financeiro que não para de crescer: os títulos verdes ou green bonds.

Gerados para financiar projetos e ativos que tenham benefícios ambientais ou climáticos, a modalidade movimentou globalmente mais de US$ 260 bilhões em 2019 apenas em títulos verdes. Em março deste ano, as emissões verdes acumuladas desde 2008 atingiram US$ 1 trilhão.

Especialista no mercado financeiro dos green bonds, Gustavo Pimentel explica que as estimativas para 2020 giravam em torno de US$ 350 a US$ 400 bilhões antes da pandemia da covid-19.

“No momento, estimamos que os volumes de 2020 devem ficar na faixa de US$ 250 a US$ 300 bilhões. No Brasil, tivemos 25 emissões verdes em reais que somaram mais de R$ 6 bilhões entre 2016 e 2020. Além dessas, tivemos oito emissões brasileiras nos mercados internacionais (dólar ou euro) que somaram cerca de US$ 5 bilhões”.

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Coronavírus

De acordo com Pimentel, a pandemia afetou o mercado de dívida e emissões de títulos na totalidade, o que trouxe a reboque as emissões verdes. “A Sitawi estava envolvida em 10 operações verdes antes da pandemia, e apenas duas não foram postergadas ou canceladas. Se não há emissão, não há como investir, pelo menos no mercado primário”.

Para o especialista, a expectativa é que as emissões verdes recuperem o ritmo no 4º trimestre. Entretanto, com uma velocidade menor. “Muitos setores estarão com elevada capacidade ociosa, cancelando projetos de investimento que poderiam captar via emissões verdes. O mercado deve continuar centrado nas emissões do setor agroflorestal e energia renovável. Esperamos poder retomar logo as emissões para água e saneamento, que são um déficit crônico brasileiro, tanto social quanto ambiental”.

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