Aumento das discussões sobre a reforma exige de empresas produtos mais competitivos
Enquanto na esfera legislativa o primeiro trimestre de 2019 foi marcado pelo vai não vai da reforma da Previdência, fora de Brasília a reserva dos planos privados, entre individuais e coletivos, cresceu 10% sobre o mesmo período do ano passado. O acumulado total hoje é de R$ 857,9 bilhões, indica relatório da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi). Quanto ao seguro de vida, acidentes pessoais e prestamista, as contratações somaram mais de R$ 40 bilhões em 2018, aumento de 9,4% ante 2017.
Na visão de Marcio Coriolano, presidente da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg), o aumento da arrecadação e do número de novas contratações decorre da maior percepção popular acerca da importância do setor privado nos processos de desburocratização da economia. Boa parte dos seguros que hoje estão nas mãos do Estado irá para as empresas privadas, prevê Coriolano. Para o presidente, agora é a hora de as seguradoras vinculadas a bancos procurarem melhor suas vocações e se ligarem mais às redes de distribuição. Os dados da CNseg respaldam que ainda há muito espaço para a penetração de produtos de previdência privada: o total de contratantes de planos hoje representa 6,22% da população e 14,35% dos brasileiros ocupados no mercado de trabalho.
Em 2018, a Bradesco Vida e Previdência, agora bicampeã na categoria Vida e Previdência do ranking Finanças Mais, faturou R$ 35,4 bilhões. Embora o número represente um recuo diante do montante de 2017, o lucro líquido da empresa cresceu 6,14% no mesmo período, resultado da melhora dos índices de sinistralidade e de comercialização, afirma o diretor-presidente da operação, Jorge Nasser. O que também teve alta foi a quantidade de comercializações via canais digitais, que somaram 300 mil transações – 26% mais neste primeiro trimestre, ante o mesmo período em 2018.
A empresa faz uma oferta combinada de seguros de vida com previdência, para conseguir penetrar mais na sociedade. Uma nova geração de fundos mais flexíveis foi lançada e está integrada às plataformas de investimento do Bradesco nos segmentos de alta renda e também varejo. “Esses produtos permitem acesso a diferentes classes de ativo, de acordo com o perfil do participante, e a portfólios de outros gestores qualificados, com a expertise e a governança da Bram, a Bradesco Asset Management”, ressalta Nasser.
Já para Maurício Hazzan, diretor de Investimentos da Safra Vida e Previdência, em segundo lugar, o esforço do mercado para melhorar o portfólio e oferecer mais planos de previdência no perfil dos multimercados corrobora com a atuação histórica da operação da casa de investimentos. Em 2018, os planos do Safra Vida e Previdência cresceram 20% sobre 2017 e a base de clientes aumentou 14%. “Temos produtos para quaisquer bolsos, desde R$ 30 mil de entrada até milhões, independentemente do tempo de investimento”, conta Hazzan. Ele detalha que, dos R$ 15 bilhões alocados em previdência no Safra, 65% estão em renda fixa, 27% em multimercado e 8% em renda variável. “Já no mercado, 85% estão [alocados] em renda fixa.”
A BrasilPrev Seguros e Previdência, fundada há 25 anos em associação entre o Banco do Brasil e a gestora de investimentos financeiros Principal, trabalha a educação e a disciplina financeira. No ano passado, foi lançada a BrasilPrev Fácil, desenhada para clientes com renda entre
R$ 2 mil e R$ 6 mil, com disponibilidade para contribuir a partir de R$ 100 e acumular o investimento por 10 anos ou mais. “Trabalhamos com o cliente nas fontes digitais, como YouTube e Facebook. O objetivo é estar perto dele e da rede de distribuição para explicar o que são os planos”, afirma Nelson Katz, diretor de Planejamento e Controle do Banco do Brasil.
“Em 2019, começamos a comunicar, via e-mail e a cada 15 dias, conteúdo e informações financeiras e não financeiras”, conta. A BrasilPrev oferece planos de renda fixa, multimercado e ciclo de vida. Eles podem ser contratados pelo próprio beneficiário, em nome de terceiros (filhos, mais comumente), e para colaboradores de uma empresa.
“Temos produtos que permitem acesso a diferentes classes de ativo, de acordo com o perfil do participante, e a portfólios de outros gestores qualificados”
Jorge Nasser, diretor-presidente da Bradesco Vida e Previdência e da Bradesco Capitalização
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