A crise econômica gerada pela pandemia do coronavírus atingiu em cheio os pequenos negócios. De acordo com uma pesquisa divulgada pela Boa Vista SCPC, as pequenas empresas foram responsáveis por 93,4% dos pedidos de falências e 94,2% das solicitações de recuperação judicial. Os números refletem o problema enfrentado pelos empreendedores no primeiro semestre.

O economista da Boa Vista, Flavio Calife, explica que apesar do cenário critico, há uma expectativa de melhora para o segundo semestre, mesmo que muito lenta. “É provável que ainda observemos aumento nos números de falências e recuperações judiciais”.

Recuperação lenta

Para a economista Celia Reis, os pedidos de falência e recuperação judicial são decorrentes das restrições causadas pela pandemia. “Com a receita cada vez menor, as companhias encontraram dificuldade para obter crédito junto aos bancos, aumentando a inadimplência”.

Pensando no cenário pós-pandemia, a especialista explica que recuperação da economia brasileira deverá ser lenta. “Com os caixas comprometidos e endividados, os empresários encontrarão algumas dificuldades para sair da crise provocada pelo coronavírus”.

De acordo com Celia, o País já registrava pouco desempenho na economia antes da crise. “Estamos passando por três crises: sanitária, política e econômica. Sofremos com uma recessão difícil e com alta taxa de desemprego”.

Celia conta que de acordo Fundo Monetário Internacional (FMI), sete em cada dez países cresceram mais do que o Brasil em 2019. “A verdade é que sempre estamos largando atrás dos outros países. Considerada a pior crise dos últimos cem anos, a pandemia do novo coronavírus deixará lições para uma nova geração”.

O que esperar?

A previsão do mercado financeiro para a queda da economia brasileira este ano foi ajustada de 6,10% para 5,95%. A estimativa de recuo do Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – está no boletim Focus.

Para o próximo ano, a expectativa é de crescimento de 3,50%, mesma previsão há oito semanas consecutivas. Em 2022 e 2023, o mercado financeiro continua a projetar expansão de 2,50% do PIB.