No radar dos grandes, crédito em expansão
- 1º BRADESCO
- 2º SANTANDER
- 3º ITAU UNIBANCO
Líder, Bradesco registrou crescimento na carteira de financiamento imobiliário
Dois anos seguidos de crescimento moderado do Produto Interno Bruto (PIB) contribuíram para que os bancos apresentassem resultado positivo em 2018. No ano passado, o PIB teve expansão no mesmo ritmo de 2017, com alta de 1,1%. Ao mesmo tempo, a Selic, taxa básica de juros, atingiu o menor patamar histórico, fechando o ano em 6,5%. Dentro deste cenário de início de recuperação econômica, o Bradesco liderou, pelo terceiro ano consecutivo, a categoria Bancos-Varejo do anuário Finanças Mais. “O crédito e a qualidade da carteira foram pontos de atenção importantes em 2018. O País saiu da recessão e foi possível perceber os primeiros sinais da volta gradual da confiança das pessoas e empresas”, diz Octavio de Lazari Junior, presidente do Bradesco, que alcançou lucro de R$ 21,6 bilhões no ano passado, uma evolução de 13,4% em relação a 2017.
Para este ano, a instituição considera que a tendência seja de continuidade gradual da retomada de confiança dos agentes econômicos e de potencial crescimento no volume de negócios. Para se ter uma ideia, no primeiro trimestre deste ano, a carteira de crédito evoluiu 12,7% em termos anuais. De acordo com o executivo, a inadimplência vem se ajustando a um cenário de maior estabilidade na economia. “Comparando 2018 com o ano anterior, as perdas caíram de 5% para 3,2%, uma queda significativa e rápida em sete trimestres. Essa curva deve seguir a mesma tendência em 2019”, avalia Junior.
No ano passado, a carteira de financiamento imobiliário para pessoa física teve grande destaque no Bradesco, com crescimento de 15%, reflexo da redução da taxa de juros, ao lado de outros ajustes operacionais, como a liberação do dinheiro em até 30 dias. “Damos especial atenção ao mercado imobiliário. É um produto que tem importante componente de fidelização dos clientes, no longo prazo.”
A instituição conta com 29 milhões de clientes com conta corrente, mas esse número sobe de forma expressiva quando somados os clientes exclusivos de cartões, corretora, seguros, previdência e capitalização. “Se somarmos essas pessoas, veremos que o total sobe para mais de 70 milhões de clientes com algum tipo de relacionamento comercial conosco.”
Os dados do banco mostram que os canais digitais da instituição respondem por 96% das transações realizadas pelos clientes do Bradesco. “Chama a atenção o crescimento acelerado da utilização do celular como instrumento de acesso aos produtos e serviços do Bradesco. Os empréstimos via celular, por exemplo, cresceram mais de 100% de um ano para outro”, diz o presidente da instituição.
O Santander foi o segundo colocado do ranking, tirando a posição alcançada pelo Itaú Unibanco nos últimos dois anos. O lucro líquido do Santander saltou de R$ 9,9 bilhões para R$ 12,3 bilhões, crescimento de 24,6% em 2018 na comparação com o ano anterior. Para Angel Santodomingo, CFO do banco, a estratégia da instituição tem sido o relacionamento com o consumidor. “Facilitar e simplificar a vida financeira dos nossos clientes, com transparência total e com grande esforço em educação financeira”, diz.
A situação ainda indefinida quanto à economia abre espaço para crescimento em diversos produtos, como em cartão de crédito e consignado, mas o executivo considera que microcrédito terá uma expansão expressiva. Nesse sentido, o Santander permite a unificação da conta pessoa física e jurídica, no caso do microempreendedor. Além disso, ao entrar em uma agência, o cliente poderá ser atendido por qualquer um dos colaboradores do banco, que terão o treinamento necessário para solucionar qualquer demanda do consumidor.
Comemorando o 10o ano da fusão, o Itaú Unibanco viu a sua carteira de pessoas físicas crescer 10,3%, enquanto a carteira de micro, pequenas e médias empresas subiu 14,4% no ano. “Além disso, essas carteiras registraram os menores patamares de inadimplência desde a fusão entre Itaú e Unibanco”, diz Alexsandro Broedel, diretor executivo de Finanças e Relações com Investidores da instituição. O executivo considera que este será mais um período desafiador. “No primeiro trimestre, a economia mostrou um desempenho mais modesto do que as expectativas iniciais apontavam, mas estamos confiantes de que teremos a retomada do crescimento sustentável”, diz Broedel, que estima que a carteira de crédito total do banco deve crescer entre 8% e 11% neste ano.
“O crédito e a qualidade da nossa carteira foram pontos de atenção importantes em 2018. O País saiu da recessão e foi possível perceber os primeiros sinais da volta gradual da confiança das pessoas e empresas”
Octavio de Lazari Junior, presidente do Bradesco
Bancos