Os desafios da economia brasileira no ano passado não afetaram o desempenho das três instituições que compõem o pódio na categoria Bancos-Financiamento, do Finanças Mais. Dois dos três primeiros colocados são braços financeiros dos seus sistemas cooperativos, o Banco Cooperativo do Brasil (Bancoob) e o Banco Cooperativo Sicredi. Estreando no ranking e ocupando a segunda posição, está o Banco Pan.

“Nós temos por objetivo agregar valor e competitividade às cooperativas, com grande variedade de produtos financeiros e com taxas mais atraentes”, diz Marco Aurélio Borges de Almada Abreu, diretor-presidente do Bancoob, líder do levantamento pelo terceiro ano.

Com 450 cooperativas e 2.910 pontos de atendimento, o Bancoob teve lucro líquido de R$ 229,1 milhões no ano passado, crescimento de 31% em relação ao ano anterior, quando a instituição apresentou resultado de R$ 175 milhões. Diversificação continua sendo a palavra de ordem no banco, conforme o executivo. “Temos várias linhas de negócios, não dependemos de produto único”, diz Abreu.

Ele conta que o Sipag, plataforma de adquirência de cartões do banco, teve o maior destaque entre as operações, com 31,54% dos resultados da instituição. “Temos o Sipag há quatro anos e ele já representa 3% do mercado de maquininhas.” Na sequência, vêm o crédito com 29,6% do resultado; produtos e serviços (como pagamento de água, luz, cheque), com 12,7%; e cartões, consórcio e seguros, que completam a lista, respondendo respectivamente por 9,8%, 9,55% e 5,9% do resultado.

O bom desempenho do banco tem efeito direto nas cooperativas. “Pela primeira vez, estamos pagando a folha de pagamento de todas as cooperativas com o resultado do Bancoob e até abril vamos

cobrir 100% das despesas com pessoal. Cerca de 75% do resultado das cooperativas vem do crédito”, diz o executivo. Para 2019, o banco pretende avançar seus negócios nas capitais dos País. Atualmente, a instituição tem presença mais marcante no interior. Para que a migração para os grandes centros urbanos ocorra, a transformação digital está entre as metas para os próximos anos, assim como a melhoria da experiência dos cooperados com a instituição.

Desde 2016, o Banco Pan, vice-líder da categoria, resolveu mudar sua estratégia de atuação, cortando algumas linhas de negócio e focando em outras. Saíram da operação os créditos corporativo e imobiliário e ganharam destaque o financiamento de veículos, crédito consignado e cartão de crédito. A mudança, com o aprimoramento da modelagem, digitalização do processo e melhora na análise do crédito, contribuiu para que a instituição alcançasse lucro líquido de R$ 222 milhões no ano passado. Se comparado com 2017, o resultado é bem parecido. No entanto, no ano retrasado, o banco recebeu por volta de R$ 100 milhões de crédito tributário. “Considerando o lucro antes do IR, em 2018 foram

R$ 457 milhões ante R$ 256 milhões em 2017”, explica Luiz Francisco Monteiro, CEO do Banco Pan, para demonstrar o crescimento entre um ano e outro.

O banco Pan tem cerca de 4,5 milhões de clientes, cerca de 800 correspondentes bancários, 8 mil lojas multimarcas de veículos parceiras e outras 60 lojas próprias espalhadas pelo Brasil. “No primeiro trimestre deste ano, tivemos uma média de 130 mil novos clientes por mês, que chegaram por meio do crédito”, diz Carlos Eduardo Guimarães, CFO da instituição. Segundo ele, são pessoas com potencial para abrir uma conta corrente na instituição, que tem o foco nas classes C, D e E.

Completando o ranking, na terceira posição, está o Sicredi, que no ano passado apresentou sobras de R$ 2,7 bilhões, alta de 16% na comparação com o ano anterior. A instituição tem 114 cooperativas, 4 milhões de cooperados, sendo 480 empresas, e 1.700 agências distribuídas em 22 Estados e no Distrito Federal. “Mesmo com a economia crescendo menos que o esperado, a atividade econômica das cidades e comunidades continua acontecendo e nós seguimos participando do dia a dia dos nossos associados e da sociedade”, diz João Tavares, presidente executivo do Sicredi. No ano passado, a instituição iniciou o processo de digitalização das operações, mas mantendo também sua presença física, com a inauguração de 120 novas agências.

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