Em um período de insegurança como o do coronavírus, disciplina financeira e planejamento são ainda mais necessários. Tanto para se preservar para os momentos difíceis quanto para manter os projetos em andamento. Para quem sonha com a conquista da casa própria, é importante ter calma e fazer as contas, aproveitando ainda essa fase para pesquisar muito e levantar as informações necessárias para, em um futuro próximo, dar esse importante passo.

Para se livrar do aluguel, muitos brasileiros optam pelo financiamento imobiliário. A modalidade que tem recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) para aquisição e construção de imóveis cresceu 42,7% em janeiro em comparação ao mesmo período de 2019, atingindo R$ 7,27 bilhões. Esse foi o melhor resultado para o mês desde 2016. As informações são da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).

Mas como essa modalidade funciona? O economista e professor de Administração da Estácio Conceição, Marcelo Costa, explica que o financiamento se mostra, desde 2019, mais atraente por causa da diversidade de opções existentes. “Hoje temos no mercado inúmeras formas de financiamento e taxas. São ofertas que não se restringem aos bancos comerciais tradicionais e convencionais, indo além para análise das condições e produtos das fintechs, financiadoras, financiamento próprio das construtoras, condições financeiras de instituições privadas e pool de investidores em projetos específicos”.

Assim, as taxas de financiamento e crédito são atrativas. Por sua vez, a disposição por parte de incorporadoras e construtoras é crescente. “Isso faz elas ofertarem condições mais justas e competitivas. As perspectivas para que cidadãos e empresas assumam ‘dívidas’ boas, a menores custos, tornam-se oportunidades geradas pelo momento da economia”.

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Balanço positivo

De acordo com o balanço da Abecip, o financiamento imobiliário com recursos da poupança cresceu 37,1%, chegando a R$ 78,7 bilhões em 2019. Ao todo, foram financiadas aquisições e construções de 298 mil imóveis, um crescimento de 30,5% na comparação com 2018.

O banco Bradesco, por exemplo, assumiu a vice-liderança do setor, com R$ 1,525 bilhão financiados nas modalidades construção e aquisição em 2019.

Pesquise as melhores taxas e instituições

Antes de decisão, o investidor deve pesquisar as opções no mercado que estejam dentro do seu bolso. “Realizar boa pesquisa e análise detalhada no mercado, seja na busca pela melhor taxa de financiamento e reputação de histórico da instituição é fundamental”, comenta Marcelo Costa.

O economista ainda dá outras dicas. “Antes de efetivar busca, análise e fechamento do novo empreendimento, o comprador precisa se planejar muito bem financeiramente. Fazer fluxo de caixa pessoal antes de assumir compromisso de aquisição trará mais segurança e redução dos riscos em não cumprir o projeto. Vale também buscar investimento em empreendimentos líquidos, cuja localização, perfil e condições sejam atraentes, caso seja preciso repassar futuramente”.

Cuidado com a inadimplência

Como já mencionado, planejar faz muita diferença. Mesmo assim, imprevistos podem acontecer. Caso o consumidor não consiga arcar com a dívida, o ideal é não deixar a negociação com a empresa credora para depois. “Quanto mais rápido negocia, menos paga. Por isso, o contratante pode ser explicito na demonstração de querer saldar dívida, negociar e reiniciar pagamento. Fazer portabilidade da dívida, da instituição original do financiamento para outra que tenha taxa de juros mais baixas e melhores condições, também é outra saída”.