1 de julho de 2019
Premiação em São Paulo contou com a presença dos principais representantes de cada segmento, além do diretor de Política Monetária no Banco Central
Representantes de instituições financeiras estiveram reunidos na manhã desta quinta-feira, 27, em São Paulo, para a entrega do prêmio Finanças Mais, evento criado pelo jornal O Estado de S.Paulo em parceria com a Austin Rating para reconhecer o desempenho das empresas do segmento.
O presidente do Grupo Estado, Francisco Mesquita Neto, destacou a importância das companhias do setor para o desenvolvimento da economia nacional. Além disso, o executivo destacou que o foco delas tem sido o mundo digital. “A inovação sempre fez parte do seu dia a dia. Não custa lembrar do nível de excelência nos serviço de atendimento, com a segurança e a eficiência do internet banking nacional e aplicativos cada vez mais modernos e eficientes”, disse. E lembrou que as empresas vencedoras da premiação sempre ajudaram no desenvolvimento do País. “Os obstáculos atuais exigem resiliência, força de vontade para arregaçar as mangas e trabalhar. Dessa maneira a palavra de ordem parece ser uma só é preciso ser competitivo e inovador para se destacar, algo comum ao setor financeiro e aos premiados de hoje.”
A evolução tecnológica também foi abordada por Bruno Serra, diretor de Política Monetária do Banco Central do Brasil, durante sua apresentação no evento. De acordo com ele, os sistemas financeiros do mundo todo vêm passando por um processo de redesenho e modernização, motivado pela evolução tecnológica e mudança nos hábitos de consumo, que por sua vez obrigam as instituições financeiras a alterarem seus modelos de negócio. “Além disso, incentivadas por mudanças regulatórias, instituições com escopo de atuação focado em nichos de mercado passaram a participar, direta ou indiretamente, do provimento de serviços financeiros, oferecendo novas soluções para velhos problemas. Dada essa dinâmica, em todo o mundo, os reguladores vêm buscando fomentar esse processo inovador.”
Para ele, a velocidade das mudanças tecnológicas traz a oportunidade de aumentar a eficiência e a abrangência na prestação de serviços, sem prejudicar a garantia da estabilidade e da solidez dos sistemas financeiros. E comentou que, no Brasil, o Sistema Financeiro Nacional (SFN), tem passado por um processo mais acelerado de mudanças nos últimos tempos. “Apesar do modelo de banco tradicional, one-stop-shop, permanecer dominante, várias novas tecnologias têm sido incorporadas na prestação de serviços financeiros. Mercados específicos, como os de pagamentos e plataformas de distribuição de investimentos, têm se desconcentrado e a concorrência vem aumentando. Vários produtos e modelos inovadores têm surgido, fazendo com que parcela cada vez maior da população seja atendida por meio de serviços que, cada vez mais, atendem às suas necessidades”, disse o representante do BC ao afirmar que premiações como esta são muito importantes por trazerem a oportunidade de reconhecer iniciativas que se destacam nesse cenário dinâmico.
Para melhor lidar com essas mudanças, Serra anunciou a criação do Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro (Decem), subordinado ao diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução, com este mandato específico. “Num cenário de crescimento das fintechs, de implementação do open banking e dos pagamentos instantâneos, temos que observar os movimentos do mercado e nos preparar para organizar o sistema financeiro do futuro. A ideia é que o novo departamento permita ao BC ter postura mais proativa no tratamento de questões referentes à organização do SFN e do SPB. Não vamos parar por aí. Seguiremos buscando o desenvolvimento de ações de caráter microeconômico, com o objetivo de incentivar o crescimento do mercado de capitais e promover a democratização financeira.”
Premiados
No primeiro ano à frente do Bradesco, Octávio de Lazari comemora a primeira colocação no ranking na categoria Bancos – Varejo e destacou que sua gestão está focada em quatro verticais: atacado, varejo, alta renda e apoio. “Somos um conglomerado que está estruturado e preparado para crescer neste ano e para frente”, disse o executivo. Atualmente, 96% das transações dos clientes do banco são feitas por canais digitais, e Lazari considera que a instituição está embarcando novas tecnologias ao banco tradicional. “São complementares e a isso temos ainda a inteligência artificial que permite relacionar cada vez melhor com os nossos clientes”, complementa.
Além de banco de varejo, o grupo Bradesco ocupou o lugar mais alto do pódio nas categorias Capitalização e Seguro e Previdência. “Nosso trabalho está focado no tripé colaboradores, clientes e acionistas”, destacou Jorge Nasser, diretor-presidente da Bradesco Vida e Previdência e da Bradesco Capitalização. De acordo com ele, novos produtos estão sendo preparados para a retomada da economia.
A reforma da Previdência deixou as pessoas mais sensíveis ao tema e isso tem levado ao aumento de produtos como seguro de vida, segmento que cresce cerca de 14%. “O seguro de vida tem sido usado também para o planejamento sucessório e garantia de patrimônio”, disse Everaldo Coelho da Silva, superintendente regional da Caixa Seguradora. Segundo o executivo, sua empresa tem evoluído a cada semestre na quantidade de clientes e com a diversificação de produtos. “Esse prêmio reforça todo o trabalho da Caixa de ser a seguradora de todos os brasileiros”, afirmou.
Com 1,8 milhão de carros segurados, a Tokio Marine Seguradora, líder pelo terceiro ano na categoria Seguro Auto, viu sua participação de mercado saltar de 3%, em 2011, para 10% neste ano. “É gratificante este prêmio. Estamos ganhando destaque no setor e projetamos aumentar nossa participação”, diz Marcelo Goldman, diretor executivo de Produtos Massificados da Tokio Marine.
O Banco PAN está avançando no projeto digital para dar ainda mais comodidade aos seus clientes. “Estamos lançando o banco digital e nosso objetivo é ter todos os processos sem papel”, destaca Luiz Francisco Monteiro, CEO da instituição.
Líder pelo segundo ano na categoria Middle Market, Ricardo Gelbaum, diretor institucional do Daycoval, destaca que mesmo com um cenário de crédito complicado devido às dificuldades econômicas, a instituição conseguiu performar positivamente e destaca que o crescimento do banco segue a necessidade do mercado. “Vamos crescendo de acordo com a economia. Recentemente, abrimos unidades em São José dos Campos (SP), Maceió (AL) e Salvador (BA)”, afirmou.
Na categoria Atacado e Negócios, o pódio ficou com o Banco Safra pelo terceiro ano seguido. O diretor da instituição Hiromiti Mizusaki considera que as características principais do banco são segurança, liquidez e transparência são pilares fundamentais que acompanham o Safra. “É estimulante e mostra que estamos no caminho certo.” Também no ranking de Atacado e Negócios, o Rabobank tem se destacado também nas avaliações sobre a economia. “Somos uma equipe pequena, mas nossas análises estão ajudando a agregar valor aos clientes”, disse Maurício Oreng, economista-chefe do Rabobank International Brasil.
Para Rodrigo Luis Mancuso da Cruz, superintendente de Controladoria do Banco Cooperativo Sicredi, que ficou em terceiro lugar na categoria Bancos Financiamento, é um reconhecimento ao modelo da instituição que vem se consolidando ao longo dos anos. “A nossa carteira de crédito tem apresentado expansão de 20% ao ano, reflexo de um trabalho centenário”, disse. A meta, segundo o executivo, é atingir cerca de 5 milhões de associados até o fim do próximo ano. Atualmente, a instituição tem cerca de 4,2 milhões de associados
Leila Pereira, presidente da Crefisa, líder na categoria Financeiras pelo terceiro ano consecutivo, considera que receber o prêmio Finanças Mais é importante tanto pelo reconhecimento quanto pela credibilidade. “Atendemos uma parte da população que não é atendida pelas grandes instituições e nossa expectativa é crescimento, amparada na melhora da situação do País.”
Vale destacar, conforme a apresentação de Erivelton Rodrigues, diretor presidente da Austin Rating, responsável pela elaboração do ranking, que o estudo começou a ser realizado há três anos, mas a instituição tem um banco de dados com mais de 30 anos de todas as instituições financeiras do país, o que permite realizar um levantamento com um modelo estatístico bastante preciso e com parâmetros que garantem a exatidão das informações.