A crise provocada pela pandemia do coronavírus provocou insegurança nos empreendedores e retração nos negócios. Para comprovar isso, basta ver a queda na arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no Estado de São Paulo, que recuou 10,4% de março até junho, na comparação com o mesmo período do ano passado. A informação faz parte da análise do Sindicato dos Agentes Fiscais de Rendas do Estado de São Paulo (Sinafresp).

Mesmo assim, o estudo registrou queda no ritmo de baixas de CNPJ em comparação a 2019, que podem ocorrer por suspensão, inaptos ou baixa voluntária do contribuinte. No total, de março a maio foram 43,9 mil CNPJ com baixa na Secretaria da Fazenda.

Isso significa que os empresários não venderam, mas seguem com seus negócios funcionando em busca de dias melhores. Mas o que fazer para retomar o crescimento a partir de agora? Quais cuidados são necessários para manter as contas em dia? É preciso se preocupar com o desemprego? Quais caminhos podem levar para o equilíbrio financeiro das empresas e a retomada do crescimento?

As dúvidas são muitas. Por isso, a jornalista e gerente de publicação do Media Lab, Fernanda Sampaio, entrevistou Paulo Campos, presidente do Sindicato dos Agentes Fiscais de Rendas do Estado de São Paulo (Sinafresp), e Sérgio Lazzarini, professor do Insper. Confira a íntegra do bate-papo.

 

Transformação

Nesse momento de crise gerado pela pandemia, as pessoas acabam dando atenção para as necessidades emergenciais. Por isso, Campos acredita que não houve redução no número de CNPJ. “Toda parte formal está parada”.

Com todo esse cenário, as empresas precisam de uma atenção especial para superarem essa fase. Campos acredita que o melhor caminho é a aprovação de uma reforma tributária ainda este ano. “Acho que essa é a questão principal agora”. Dessa forma, ele acredita ser possível ter esperança para o próximo ano.

Para complementar, Lazzarini lembra que em momentos assim as empresas menores sofrem mais. “Então são necessárias políticas públicas inteligentes”. Se por um lado ele destaca a necessidade de atuação do poder público, por outro ele lembra a importância da produtividade das empresas. “Agora é o momento de ficar ainda mais relevante, muita inovação, repensar. Veja o que está sendo feito internacionalmente em seu setor”.