Diversificação é palavra de ordem quando o assunto é investimento financeiro. No entanto, para o aplicador comum, acompanhar de perto todas as modalidades pode ser bastante complicado. Bolsa de valores, câmbio, renda fixa. São muitas as opções de investimento disponíveis no mercado.

Nesse sentido, o COE (Certificado de Operações Estruturadas) traz uma alternativa de diversificação e o acesso a novos mercados em uma única aplicação. “O COE é uma combinação de papéis, derivativos, que busca uma rentabilidade melhor para os aplicadores. É importante, porém, que a estratégia da instituição esteja alinhada com a minha estratégia de investimento”, destaca Silvio Paixão, professor de Cenários Econômicos e Macroeconomia dos cursos de MBA da Faculdade Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras).

Fabio Zenaro, diretor de Produtos de Balcão, Commodities e Novos Negócios da B3 (Bolsa de Valores brasileira), explica que o COE foi regulamentado há cinco anos e é um pacote dentro do qual são encontrados produtos diversificados, que podem ter características de renda fixa, variável ou cambial. Ao optar por essa modalidade, o aplicador está apostando na estratégia da instituição financeira.

Dentro do COE existem duas opções: o valor nominal protegido, quando há garantia de o valor principal aplicado no COE ser devolvido ao investidor, e o valor nominal em risco, quando há possibilidade de perda até o limite do capital investido no COE. “O capital protegido é o modelo mais usado, porque, independentemente da estratégia do gestor ou das oscilações do mercado, o investidor terá o seu valor principal garantido”, diz Paixão. “É um produto que tem uma gama grande de produtos e ampla flexibilidade”, destaca Zenaro.

Especialistas destacam que o COE permite ao investidor participar de novos mercados com oportunidades de bom retorno. E, portanto, é uma opção para proteger o capital da variação da carteira de investimentos de toda a volatilidade das taxas e preços de mercado. Para o investidor tomar uma decisão, basta escolher um cenário em vez de acompanhar todo o mercado constantemente. “Com o COE, mesmo o pequeno investidor consegue ter acesso a investimentos mais sofisticados. Com operações estruturadas, a pessoa tem acesso até a fundo de investimento internacional com aplicações de apenas R$ 5 mil”, diz o economista Danilo Oliveira ao afirmar que a modalidade está ganhando destaque entre os investidores brasileiros.

Custos

Dados da B3 mostram que até o dia 25 de julho havia cerca de R$ 18,6 bilhões em estoque de COE, alta de 17% na comparação com o do mesmo período do ano passado, quando o estoque era de R$ 15,9 bilhões.

Em relação aos custos, especialistas explicam que existe apenas uma tributação para esse investimento, o que o torna ainda mais atrativo. É utilizada a tabela regressiva do Imposto de Renda, ou seja, a mesma utilizada na renda fixa. Então, o IR varia de acordo com o tempo de aplicação em COE, podendo chegar à alíquota de 15% para aplicações com mais de 720 dias.

O prazo é o da operação adquirida. Assim, o vencimento do contrato depende do tipo de ativo escolhido. Se você escolheu câmbio, ações ou juros, provavelmente terá um prazo de vencimento menor, de até 90 dias. Porém, se escolheu ativos como commodities, o prazo de investimento pode chegar a até um ano ou mais. Caso ocorra o saque antecipado dos recursos, o investidor terá de seguir as regras do mercado, o que pode levar a perdas.

Antes de iniciar as aplicações, é necessário saber qual é o seu perfil de investidor, se está disposto a arriscar e, portanto, apostar mais na renda variável, ou se é mais conservador e prefere concentrar mais recursos na renda fixa. No caso do COE, o Documento de Informações Essenciais (DIE) apresenta todas as características do produto e, com isso, é possível saber se é adequado para o seu perfil. “Dentro da própria regulamentação do COE, já tem previsão de adequação ao perfil de investidor ao produto, com regras e padronização para o produto ser o mais claro possível ao investidor”, explica o representante da B3.

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Escolher uma corretora sólida e confiável é essencial

Especialistas alertam que o COE (Certificado de Operações Estruturadas) não conta com a cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) e, portanto, caso haja algum problema na instituição financeira, o investidor pode perder seus recursos.

“Por isso, é fundamental que o aplicador opte por uma corretora ou banco em que ele tenha confiança e com boa reputação no mercado”, ensina Silvio Paixão, professor de Cenários Econômicos e Macroeconomia dos cursos de MBA da Faculdade Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras).

O economista Danilo Oliveira concorda que o maior risco de investir em um COE é o de falência do emissor. Isso acontece porque o investimento não é protegido pelo FGC como ocorre com CDBs e outros investimentos de renda fixa. “Assim, a melhor forma de se prevenir é escolhendo instituições confiáveis.”

Criadas na Europa nos anos 1990 e chamadas por lá de notas estruturadas, as operações surgiram em um cenário de juros baixos, como o que estamos experimentando atualmente no Brasil. A estimativa é de que este seja um mercado global de mais de US$ 2 trilhões. Por aqui, o estoque chegou a R$ 18,6 bilhões até o dia 25 de julho.