Cada um ao seu modo e de olho em setores estratégicos, os bancos de empresas e montadoras de veículos têm dado os ombros para a arrastada crise econômica nacional. Em 2018, Banco Cargill, Banco Volkswagen e Banco Carrefour (CSF) foram os que lideraram o ranking Finanças Mais, do Estadão.

Destaque no agronegócio, o Banco Cargill apresentou um crescimento na receita de 80% se comparado 2017 com 2018, conta Luis Pascale, vice-presidente da instituição. “Além de provedor de crédito, somos um parceiro comercial e cliente dos produtores de diversas commodities no mercado brasileiro”, explica Pascale. A carteira de crédito da instituição está hoje em torno de R$ 2 bilhões.

Vale lembrar que as contratações do crédito rural no País subiram 6%, para R$ 109,9 bilhões neste ano-safra, entre os meses de julho de 2018 e março de 2019, em comparação a igual período 2017/2018, segundo o Ministério da Agricultura, com base em dados do Banco Central.

Como instituição focada no agronegócio, o Banco Cargill aposta em uma demanda cada vez maior do setor para incrementar seus negócios. Para Pascale, a gestão da empresa “permite conhecer melhor pela ótica de risco as demandas dos nossos clientes e parceiros no Brasil, com o objetivo de assegurar seu ciclo de produção e comercialização de forma sustentável”.

Segundo Pascale, nos últimos anos, o agronegócio tem tido um papel fundamental no PIB brasileiro, sendo reconhecido mundialmente, segundo ele, como um dos mais eficientes em termos de produtividade e crescimento.

“Isso se deve ao fato de constantes investimentos dos empreendedores do setor em melhores técnicas e práticas de plantio”, explica. Conforme o vice-presidente do Banco Cargill, mesmo com a crise econômica, os negócios da instituição devem se manter em alta. “Dada a demanda global crescente por alimentos e o Brasil como um dos principais celeiros do mundo na produção de commodities, o agronegócio brasileiro tem tudo para se manter aquecido”, afirma.

Na esteira da retomada gradual da venda de veículos, que no ano passado registrou 13% de aumento com relação a 2017, conforme a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), o Banco Volkswagen também vê seus negócios crescerem.

Segundo o superintendente de Vendas da Volkswagen Financial Services, Eduardo Portas, a criatividade foi a grande marca do banco no ano passado. Como exemplo, ele cita uma modalidade de crédito em que o cliente tinha um plano de entrada e ficava durante um ano pagando apenas R$ 99 de parcela. “Após esse período, o cliente conseguia um fôlego para pagar as parcelas com os valores regulares”, afirma Portas.

O executivo afirma que, para manter o mercado de veículos aquecido, é preciso que haja a aprovação das reformas da Previdência e tributária. “Com essas reformas, os investidores voltarão a acreditar no País. Com investimento, você tem de volta o emprego e o consumo”, afirma.

O superintendente diz que, mesmo com a economia com desempenho ruim, o financiamento ainda é forma de facilitar a venda no varejo. Hoje, o banco tem ativos de R$ 17 bilhões e uma cartela de clientes que está em 500 mil. A instituição financia veículos (incluindo caminhões e motos) das marcas Volkswagen, Audi e Ducati.

Com foco no consumidor do atacarejo, o Banco Carrefour aposta em um trabalho que é feito desde 2012 para crescer no mercado de crédito. “Os resultados de 2018 são consequência do que está sendo feito desde 2012”, relata Carlos Mauad, CEO do Banco Carrefour.

Hoje, a instituição tem 6,4 milhões de clientes do Cartão Carrefour e 1,6 milhão do Cartão Atacadão.  Para Mauad, o atual momento do País é importante para o fomento de crédito para o consumidor graças a marcos legais que começaram a ser estabelecidos. “É certo que com o cadastro positivo os custos do crédito vão ficar mais baixos”, aposta.

Em 2018, o faturamento dos cartões do Banco Carrefour foi 31,5% maior do que o de 2017, chegando a R$ 25,9 bilhões. A carteira de crédito total aumentou 33,3% e foi a R$ 8,4 bilhões no ano passado em comparação com 2017.

“Dada a demanda global crescente por alimentos e o Brasil como um dos celeiros do mundo, o agronegócio tem tudo para se manter aquecido”                                                                                             Luis Pascale, vice-presidente do Banco Cargill

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